Payroll, China & Argentina.
Os dados de emprego de abril nos EUA mostraram uma criação saudável de
vagas de trabalho no mês (164 mil postos) após revisões altistas de 30 mil vagas
nos últimos 2 meses. A taxa de desemprego caiu de 4,1% para 3,9%, com o
“underemployment” recuando de 8,0% para 7,8%. O destaque “negativo” do
indicador ficou por conta do Average Hourly Earnings, com alta de apenas 0,1%
MoM e 2,6% YoY.
Acredito que os números de hoje em
nada alteram a trajetória de política monetária por parte do Fed. Ainda espero
entre 3 e 4 altas de 25bps nas taxas de juros este e no próximo ano, com riscos
altistas.
Os números de hoje, em qualquer outro
mês dos últimos 10 anos, seriam lidos como positivos pelos ativos de risco,
pois mostraram uma economia com crescimento saudável, porém sem grandes
pressões inflacionárias. Contudo, o mercado está cada vez mais convicto de que
estamos mais perto do fim deste ciclo econômico e a dinâmica dos ativos de
risco ao longo dia será mais importante do que a interpretação “pura e simples”
dos números econômicos. Por ora, não estou gostando da dinâmica dos ativos de
risco em geral.
No campo (geo)político, a mídia
internacional traz notícias de que a rodada de reuniões entre EUA e China foi
pouco conclusiva e não trará nenhum impacto imediato. Será importante observar
a sinalização após essas reuniões. Se os países adotarem postura dura entre si,
será visto como negativo. Uma postura mais amena, mesmo que inconclusiva,
poderá mostrar algum “goodwill” de que estamos caminhando para uma negociação
amigável.
A Argentina anunciou uma alta
adicional de 675bps em sua taxa de juros, para 40%. O ARS está abrindo com
baixa liquidez, em leve apreciação. Geralmente, “markets stop panicking when
central banks start panicking”. Podemos estar mais perto deste momento, mas
ainda acho cedo para afirmar com convicção.
Em suma, neste momento, trago mais
perguntas do que respostas. Gostaria de observar um pouco mais a dinâmica dos
ativos de risco antes de trazer conclusões mais concretas. Muitas vezes, “não
fazer nada” pode ser uma estratégia bastante vencedora...
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