Relief Rally!
Os ativos de risco estenderam o rally
observado pela manhã, seguindo basicamente o roteiro que tinha comentado nos
últimos dias diante de um Core CPI nos EUA abaixo do esperado, com alta de 0,1%
MoM (releiam aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/05/sinais-mais-positivos-todas-as-atencoes.html
e https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/05/trying-to-catch-falling-knife.html).
Acredito que alguns riscos de
curto-prazo foram dissipados. A posição técnica do mercado está mais saudável e
os preços mais atrativos, com risco/retorno mais favoráveis. Este ambiente
poderia, e deveria favorecer um movimento de descompressão dos ativos de risco,
especialmente aqueles que mais sofreram nas últimas semanas.
Continuo vendo um cenário de médio e
longo-prazo mais volátil e desafiador, com o mercado respeitando alguns “ranges”
e com diversas incertezas para serem equacionadas. Contudo, no curto-prazo,
tivemos a confirmação de um crescimento relativamente estável e saudável nos
EUA, com números de inflação contidos. A inflação na China ficou abaixo das
expectativas. Temos sinalizações mais otimistas em relação ao NAFTA e as
relações comerciais entre EUA e China.
Ainda precisamos observar alguns
riscos, mas que por ora se mostram pontuais e localizados, tais como o impasse
político na Itália e os problemas geopolíticos no Oriente Médio. Ambos são
questões que deveriam se manter localizadas a mercados específicos, exceto por
escaladas muito maiores para o lado negativo.
No Brasil, o movimento de “risk-on”
foi ainda favorecido pela divulgação de um IPCA em abril com alta de 0,22% MoM
e 2,76% YoY, abaixo das expectativas. O qualitativo do indicador mostrou um
quadro de total ausência de pressões inflacionárias mais latentes, com os
núcleos e a inflação de serviços extremamente baixas. Vimos alguma alta nos
IGP-s nos últimos dias, fruto da alta nas commodities e da depreciação cambial,
mas acredito que são efeitos que não deveriam se propagar caso o câmbio não apresente
uma depreciação adicional dos atuais níveis.
Dito tudo isso, vejo espaço para uma
descompressão adicional dos prêmios de risco, estamos posicionados para este
cenário de curto-prazo através de uma carteira de ativos no Brasil. Nosso tema
de juros mais altos estruturalmente nos EUA continua a ser expressada através
de posição tomada em juros. Neste momento, estamos com hedges menores no
portfólio.
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