Sinais de estabilização, mas com sinais ainda de fragilidade. Cautela ainda é necessária.



No Brasil, a produção industrial de março apresentou queda de 0,1% MoM contra expectativas de alta de 0,5% MoM. Este número se soma a uma série de outros indicadores de crescimento mais negativos e abaixo das expectativas, como tenho alertado nas últimas semanas. Ainda vejo um cenário de recuperação gradual do crescimento, mas com um crescimento do PIB em que os 2,5% se apresentam mais como um teto, do que como um piso ou um cenário base. Para o crescimento da economia.

Continuo vendo o cenário local e externo com cautela. Com as eleições se aproximando no Brasil, vejo com dificuldades uma aceleração mais acentuada do crescimento nesta fase do ciclo eleitoral. Sigo com poucas alocações relevantes em Brasil. Por ora, ainda vejo um cenário de “range”, mas com o acumulo de vetores que podem, eventualmente, alterar a dinâmica, de fato, para um viés mais negativo.

É bem verdade que já vimos um movimento relevante no câmbio e curva de juros segue bastante steepada. Contudo, ainda vemos o Ibovespa em níveis relativamente elevado e a parte curta da curva de juros ancorada. Isso pode mudar caso a dinâmica dos mercados continue na toada recente.

A atuação do BCB no câmbio ajudou o BRL, em especial em relação aos seus pares, e favoreceu um flattening da curva de juros. A bolsa seguiu operando sobre forte pressão, após uma rodada de resultados corporativos não muito positivos nos últimos dias.

Continuo vendo o número de emprego nos EUA amanhã e o Core CPI na semana que vem como determinantes para a dinâmica dos ativos de risco e os ativos EM/Brasil nas próximas semanas. Números que confirmem o cenário de acumulo de pressões inflacionárias na economia dos EUA devem exacerbar as tendências recentes (alta do dólar, abertura de juros, pressão em EM e etc). Números mais (de inflação) baixos, com o crescimento mais brando, porém ainda saudável, podem trazer algum alívio, mesmo que momentâneo (algumas semanas) para essas classes de ativos.

De maneira geral, ainda vejo o ano como mais desafiador do ponto de vista local e externo. Continuo adotando postura mais flexível e tática, com temas muito específicos de investimentos, posições relativas e a busca constante por hedges.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Juros Brasil

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante – Parte II

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante?