Cenário externos nebuloso. Brasil: Atuação do Tesouro é positiva, Greve e Inflação.
Os ativos de risco apresentaram
alguns sinais negativos ontem, com destaque para a forte queda do Petróleo e fechamento de taxa das Treasuries nos EUA. Estes movimentos me
fazem lembrar que o ano tem sido marcado por grandes movimentos de “washout”
das principais posições consensuair do mercado.
Já vimos uma grande reversão do dólar
no mundo, uma enorme pressão nos ativos emergentes, uma acentuada queda das
bolsas (em fevereiro) e agora estamos diante de pressões no petróleo e
(baixistas) nas taxas das Treasuries.
Não vejo grandes mudanças de cenário,
mas entendo que o quadro técnico esteja, novamente, se sobrepondo ao cenário
econômico no curto-prazo, em um momento de posição técnica menos saudável,
preços menos atrativos e um cenário econômico menos obvio.
No campo econômico, continuo tentando
entender a magnitude da desaceleração na Europa, os problemas políticas na Itália e Espanha, as questões indiossicráticas em países emergentes como Argentina e Turquia, e a política externa do governo Trump. Esses temas devem
continuar ditando a dinâmica de curto-prazo dos mercados, trazendo volatilidade
e poucas tendências claras ou objetivas. Além disso, gosto de lembrar que
estamos no meio do processo de normalização
monetária nos EUA, com altas de juros programadas e uma redução do balanço
do Fed em “piloto automatico” o que deve continuar atuando como restrição à
rodadas mais prolongadas de apreciação dos ativos de risco como um todo.
No Brasil, o Tesouro Nacional anunciou na noite de ontem que irá
cancelar os próximos leilões de vendas de títulos públicos e irá promover
leilões de recompras diários. Aredito que a decisão seja acertada e em boa
hora. Assim como o BCB conseguiu trazer mais racionalidade ao mercado de câmbio
com os leilões de swap cambiais diários, o Tesouro deverá ser bem sucedido em
conter movimentos irracionais no mercado de juros. Vale lembrar que essa
atuação não visa mudar a direção do mercado, mas trazer menos volatilidade e
mair racionalidade. Os ativos do país continuarão suceptíveis ao cenário
externo e a eventuais reações a deterioração do cenário doméstico, seja
político ou econômico.
A despeito do acordo anunciado entre
o Governo e os caminhoneiros, o país continua em situação delicada. A
autorização do uso da força militar está ajudando a liberar algumas estradas,
em algumas regiões, mas a mídia, neste momento, continua reportando situação de
bloqueio, falta de alimentos e combustíveis, perdas financeiras elevadas nas
fazendas avicultoras e etc.
Na tarde de ontem, foi anunciado o
aumento da bandeira de energia para “Vermelha 2”. Segundo especialistas, isso
poderá elevar a inflação entre 20bps e 30bps no mês.
De maneira geral, continuo vendo o
cenário como excessivamente nebuloso. Entendo que teremos mais volatilidade e
os portfólios precisam estar preparados para este ambiente, tanto no sentido de
preservação de capital, como com o intuito de se apropriar da volatilidade e
busca de “alpha”. Contiuo sem disposição a carregar grandes temas estruturais
de investimento neste momento, mas atuando de forma enérgica, agil, flexível e
sem preconceito em busca de “alpha” para os fundos e portfólios.
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