Yellen & Draghi em Foco.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade neste momento, a espera dos discursos de Yellen, do Fed, e de Draghi, do ECB. O cenário base é para que ambos não tragam novidades relevantes para a política monetária de curto-prazo em suas falas.

Já se espera que o Fed anuncie o início da redução do seu balanço na reunião do FOMC de setembro, e que o ECB faça o mesmo em setembro ou outubro. A probabilidade de uma nova alta de juros por parte do Fed, contudo, até o final deste ano, gira em torno de 30%-35%. Há apenas uma alta de 25bps precificada na curva do EUA até o final de 2018.

O discurso de Yellen será sobre estabilidade financeira, e todas as atenções estarão voltadas para sua visão em relação às condições financeiras correntes, vistas pelo mercado como bastante frouxas (por alguns como excessivamente frouxas), e qual a postura que os Bancos Centrais, e o Fed em especial, precisam tomar diante de um pano de fundo como este.

No curto-prazo, a situação política dos EUA parece estar sendo um obstáculo maior  para o bom desempenho dos ativos de risco do que o cenário para a política monetária. Venho afirmando, e mantenho minha visão, de que estamos no meio de um processo natural e saudável de consolidação dos ativos de risco e, mais especificamente, das bolsas dos EUA/Europa.

Caso Yellen e Draghi não tragam novidades capazes de dar ímpeto a uma rodada adicional de realização de lucros, desta vez puxada por uma abertura de taxa de juros, queda das bolsas e, consequentemente, pressão sobre os ativos EM e as commodities, poderemos ter alguma estabilização, ou até mesmo recuperação das bolsas dos EUA/Europa. O obstáculo principal,  em torno da política nos EUA, contudo, deverá evitar uma tendência mais sustentável no curto-prazo até que os impasses no país sejam devidamente administrados.


No Brasil, os ativos locais continuam reagindo ao avanço da agenda legislativa/econômica em meio a um pano de fundo cíclico positivo para a economia. Continuo vendo uma inflação baixa, uma leve recuperação do crescimento, perspectivas de juros mais baixos e contas externas saudáveis. O risco continua a ser na esfera política, agora com os rumores de uma nova acusação da PGR sobre o Presidente Michel Temer. 

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