Brasil: Ruídos.
O retorno do recesso parlamentar no Brasil trouxe de volta o foco da mídia
ao cenário político local. Este sábado, os jornais estão com uma série de
notícias em torno de temas variados que, em sua maior parte, giram em torno do
quadro político local.
A primeira vista, as notícias tendem
a ser vistas como negativas. De forma geral, por ora, vejo o noticiário como
ruídos de curto-prazo, amplamente normais na atual conjuntura em que vivemos.
Assim, não vejo motivos para alterar o quadro local, especialmente o cenário da
economia. De qualquer maneira, como tenho insistido neste fórum nas últimas semanas,
vejo os ativos locais, em sua maioria, sem grandes assimetrias para alocações
relevantes no atual momento e nos atuais preços.
Vamos as notícias do dia:
- O Estadão e a Folha afirmam que a
meta fiscal de 2017 será revisada de R$139bi para algo em torno de R$150bi. Há
um esforço da equipe econômica para não revisar a meta de 2018. Novas altas de
impostos poderiam ser anunciadas. Acredito que este tema, a despeito de
preocupante do ponto de vista econômico, já tenha sido superado/digerido pelo
mercado. Caso a meta de 2018 não seja revisada e o governo acene com medidas adicionais
de aperto fiscal, a equipe econômica sairá fortalecida, em um sinal positivo
para os ativos locais (pelo menos será essa a leitura dos mercados).
- O Broadcast traz a seguinte
notícias: A equipe econômica trabalha para
neutralizar as novas investidas do Congresso Nacional para mudar o desenho para
a nova taxa de juros que baliza empréstimos do BNDES. Depois do relatório
favorável à proposta, não se esperava dentro do governo maior resistência dos
parlamentares, como tem ocorrido nos últimos dias nos bastidores. A pressão
acendeu o sinal amarelo, porque a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) é uma
medida prioritária para reduzir o custo do Tesouro Nacional com subsídios. O mercado trabalha com o cenário de
aprovação da TLP, que é um dos pilares mais importantes da agenda econômica. Acho
que este tipo de pressão é natural do jogo político e apenas um ruído pontual.
A não aprovação, contudo, seria uma grande derrota do governo.
- Em relação a Reforma da
Previdência, em entrevista ao Estadão Michel Temer diz que a Reforma da
Previdência será a reforma possível e não a reforma ideal. Acredito que o
governo esteja focado na idade mínima e na equalização da contribuição
previdenciária do setor público ao setor privado. Se isso conseguir avançar, já
será um grande avanço. Outros veículos de comunicação dizem que “a fatura” da
reforma da previdência será elevada e que a incerteza da aprovação ainda é
grande.
- O jornal O Globo e a Folha trazem
uma transcrição, supostamente retirada de um aparelho de celular do ex deputado
Eduardo Cunha, em que o nome do presidente Michel Temer é citado, supostamente
envolvido em recebimento de recursos ilegais. Vale ressaltar que tudo ainda não
passa de suposições e não há acusações formais contra o presidente neste
momento. A coluna Radar, da Folha, assim como site O Antagonista afirmam que a
delação premiada de Eduardo Cunha avança e que o presidente Michel Temer seria
o grande destaque das tratativas e das acusações.
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