Coréia do Norte lança novos mísseis e torna cenário incerto e perigoso

Os ativos de risco operam, neste momento, sobre pressão, liderados por uma queda nas bolsas globais. O movimento teve início após a Coréia do Norte promover mais uma sequencia de lançamentos de mísseis balísticos. Alguns desses mísseis, segundo a mídia, sobrevoaram território japonês e teriam caído em águas do país. reforço o que escrevi neste fórum no domingo:

O lançamento dos mísseis ocorre após uma semana de recrudescimento da retórica entre a Coréia do Norte e os EUA. O evento deve ser visto como uma clara provocação da Coreia do Norte após as últimas declarações de Trump.

Agora, ficamos diante de uma situação bastante incerta e delicada. Caso não reaja militarmente, e insista em ações preventivas por meios econômicos e diplomáticos, Trump irá começar a perder credibilidade. Assim, crescem as chances da Coreia do Norte insistir em seu programa nuclear e em suas provocações militares aos seus vizinhos mais alinhados com o ocidente. Caso Trump decida reagir de forma mais agressiva, militarmente, poderemos entrar em um ambiente muito mais hostil e incerto.

Acredito que podemos estar no meio de uma correção um pouco mais acentuado dos ativos de risco, puxada pelas incertezas trazidas pelo cenário geopolítico, mas ajudada por preços menos atrativos e posições técnicas esticadas.

Confrontos geopolíticos/militares podem afetar o crescimento global através do aumento da incerteza que, consequentemente, afeta o cenário para o consumo e os investimentos. Os gasto militares aumentam, o que pode ser visto como um fator que tende a atenuar o efeito deletério sobre o crescimento. De qualquer maneira, o aumento da incerteza deveria gerar, pelo menos no curto-prazo, menos crescimento e mais volatilidade nos ativos de risco.

Os analistas soltaram relatórios sobre os impactos do furacão Harvey sobre a economia dos EUA. Com comentei no final de semana: Eventos naturais como esse tendem a ter impactos pontuais nos dados econômicos, pois irão distorcer momentaneamente parte das estatísticas econômicas da região. Para os mercados, o impacto maior deverá ficar por conta dos derivados de petróleo e das curvas futuras dos mesmos. Em termos econômicos, eventos como esse tendem a mostrar um crescimento de curto-prazo pior, mais fraco, mas uma retomada relativamente rápida nos meses subsequentes. Assim, não há mudança de cenário para o país.

Os economistas estão estimando um impacto de US$30bi na economia, ou cerca de 0,2% do PIB. Este efeito negativo seria totalmente revertido no trimestre subsequente.


No Brasil, a mídia está especulando sobre a eventual nova denuncia da PGR sobre o Presidente Michel Temer, que pode ser anunciada em breve (próxima semana). Além disso, o Governo retornou suas negociações em torno do Refis e da Reforma da Previdência, mas nada de fundamentalmente novo.

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