Brasil: Primeira batalha política superada. Cenário fiscal ainda é um problema.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade essa manhã, sem grande novidades relevantes. Destaque para uma leve queda nas bolsas da Europa e para um fortalecimento do dólar contra o AUD e NZD, mas os movimentos, no geral, estão sendo tímidos.
No Brasil, Temer venceu a sua primeira batalha de sobrevivência das acusações apresentadas pela PGR. O placar da votação, contudo, a despeito de favorável, foi muito aquém (263 votos a favor do arquivamento da denúncia) do que estava sendo ventilado na tarde de ontem (280 a 290 votos). Assim, acredito que possa haver alguma decepção por parte dos ativos locais na abertura do dia de hoje.
Passado este obstáculo, o governo deverá focar, novamente, na agenda de reformas. Os jornais de hoje já dão destaque à equipe econômica, que irá buscar o diálogo, novamente, em torno da Reforma da Previdência. Olhando pelo placar de ontem, me parece extremamente difícil que a proposta original seja aceita, ou que mesmo com algumas alterações o governo seja capaz de aprovar a Reforma. Acredito que Meirelles e Cia terão que partir para um “Plano B”, buscando aprovar medidas menos agressivas, que talvez não precisem de aprovação do Congresso e/ou apenas de maioria simples na Câmara.
As contas públicas nacionais continuam a ser o grande vilão do cenário local. Na ausência de reformas estruturais relevantes a situação irá se deteriorar a cada novo dia, colocando o país novamente em situação delicada em poucos anos.
No cenário externo, o destaque de ontem ficou por conta de declarações de alguns membros do Fed, na linha de que o aperto do mercado de trabalho ainda vislumbra a continuidade do ciclo de normalização monetária nos EUA. Segundo o DB:
Away from the markets, two Fed Chiefs have updated the market on their latest thinking. San Francisco Fed Chief Williams has said overnight that inflation should close in on the Fed's 2% target "within the next year or two", while Cleveland’s Fed Chief Mester sees it approaching that level "over the next year", but wanted to see more data (on Fed's preferred measure, the PCE deflator, inflation is 1.4% currently). On balance sheet unwind, Williams acknowledged that to keep the economy on a sustainable path of growth, we need to gradually reduce the monetary stimulus and that it will be appropriate to start unwinding the balance sheet this autumn, noting the normalisation process should take four years. On the interest rates outlook, both reiterated the gradual path FOMC has communicated is appropriate and Williams thought the ‘new normal’ interest rate is around 2.5%.


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