Consolidação continua.
Nas
últimas semanas, venho insistindo na tese de que estamos no meio de um processo
de consolidação/acomodação dos ativos de risco. A dinâmica dos mercados financeiros
globais hoje apenas comprova esta teoria. Esta quarta-feira foi à vez de
observamos uma consolidação do USD, com destaque para a queda do EUR após ter
falhado no rompimento do 1,20; uma pressão sobre algumas commodities e, consequentemente,
dos ativos mais dependentes de commodities. A mesma afirmação pode ser feita
sobre as bolsas dos países desenvolvidos nas últimas semanas, assim como para o
BRL, por exemplo.
Vale
ressaltar, contudo, que acomodação/consolidação não significa propriamente
realizações de lucros mais rápidas e acentuadas e nem mesmo mudanças de
tendências.
Olhando
para frente espero a continuidade destes movimentos de acomodação/consolidação
no curto-prazo. Ademais, teremos duas alternativas. (1) O cenário econômico se
mantém inalterado, os níveis de preço e posição técnica mostram alívio e as
tendências que foram regra nos últimos meses são retomadas ou (2) Algum fato
novo ou os dados econômicos apontem para uma mudança de cenário.
O que
estarei observando nos próximos dias para ter uma resposta de que caminho os
ativos de risco seguirão: Dados econômicos como Core CPE e Payroll nos EUA,
dados de crescimento na China, situação geopolítica na Coréia do Norte e
situação de política interna nos EUA. Se nenhum desses eventos gerar uma
mudança substancial de cenário, poderemos ver a retomada das tendências que
vigoraram ao longo de todo este início de ano. Caso o cenário mostre alguma
mudança, deveremos rever o cenário e as recomendações de alocação.
O Brasil
se insere neste panorama global, mas adicionaria a comunicação do BCB na
reunião do Copom da próxima semana, assim como a reação da classe política e
dos mercados locais a eventual nova denúncia contra Michel Temer, cuja mídia
está afirmando que será baseada na delação premiada de Lúcio Funaro e que
poderá ser anunciada até semana que vem.
Continuo
focado em um portfólio relativamente neutro no direcional a risco. Gosto de
posições aplicadas na parte curta da curva local de juros, majoritariamente via
estruturas de opção. A assimetria me parece boa. Também vejo valor na parte
intermediária da curva nominal de juros. Venho trabalhando com alguns hedges
via calls/spreads de USDBRL. Vejo casos específicos de valor na bolsa local. No
cenário externo, continuo vendo espaço par abertura de taxa de juros em alguns
países de g10, com hedge em estruturas de opção de bolsa. Gosto da venda do AUD
no nível de 0,79-0,80, mas com visão tática e stops mais estreitos.
No
cenário econômico, não vejo alterações substanciais de panorama. Os dados de
EUA continuam forte, como vimos hoje o ADP Employment com uma criação robusta
de vagas de trabalho em agosto, e a revisão do PIB do 2Q para um crescimento
saudável de 3% anualizado. No Brasil, vemos um cenário extremamente benigno de
inflação corrente, e uma retomada gradual dos indicadores de confiança da
inudtsria, comercio, consumidores e afins.
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