"Fire and Fury".
A terça-feira
apresentou 3 eventos que merecem comentário:
1 – O JOLTS Job Openings
nos EUA subiu de 5.702 para 6.163 em junho, maior nível deste ciclo econômico.
O número confirma um mercado de trabalho sólido e robusto, e uma economia que
já opera no pleno emprego. O número de hoje, aliado aos recentes dados do
mercado de trabalho, dão conforto ao Fed em seguir no processo gradual de
normalização monetária.
2 – A BAT emitiu cerca
de US$17,5 bilhões em bonds (dívida corporativa) em USD. A emissão ajudou a dar
um tom altista para as taxas de juros nos EUA (aliada ao JOLTS já comentado
acima). Esta emissão pode ser considerara grande e foi bem digerida pelo
mercado. A emissão mostra uma demanda ainda grande por este tipo de ativo, mas
também me faz lembrar de alguns excessos existentes no mercado atualmente.
3 – No final da tarde, o Presidente dos
EUA Donald Trump escreveu em sua conta no Tweeter: North Korea "best not make any more threats to the U.S. They will
be met with fire and fury like the world has never seen." Assim, ficamos na
seguinte situação: Raramente situações como essa chegam ao ponto beligerante.
Na maior parte das vezes, situações como essa chegam a um equilíbrio na base da
diplomacia. Contudo, não estamos em tempos normais. Os líderes de EUA e Coreia
do Norte são de difícil leitura. Acredito que ninguém tenha vantagem
comparativa em prever este tipo de evento/situação. A sinalização de Trump,
entretanto, coloca o mercado em alerta. Qualquer resposta verbal, ou novo teste
balístico por parte da Coreia do Norte, poderá levar a uma reação
desproporcional nos ativos de risco, especialmente nos atuais níveis de preço.
Neste ambiente, sigo
com alocações em temas específicos, buscando fugir de “riscos de cauda”, ou
apostar neles.
No Brasil, o foco segue
centrado no debate em torno das contas públicas nacionais. Na ausência de reformas
estruturantes, aumentos de impostos serão inevitáveis. Não acho que está seja
uma solução definitiva, e nem positiva, para o país. Seguimos vendo um
steepening da curva de juros e um aumento das inflações implícitas. Estes movimentos
me parecem fazer sentido enquanto não houver um caminho claro para as contas
públicas.
Continuo gostando de
alocações na parte curta da curva de juros local, concentrada em algumas
estruturas de opção. Vejo como uma boa assimetria as inflações implícitas na
parte intermediária da curva (comprado e inflação implícita). Vejo espaço para
um “rebound” tático do dólar no mundo. Gosto de posições tomadas em taxas em
G10, com hedge em compra de vol para os atuais riscos do cenário externo.
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