Brasil: Reformas e Política.

Neste momento, os ativos de risco operam próximos a estabilidade, sem novidades relevantes. A agenda do dia terá apenas o Jobless Claims, nos EUA, como destaque. Minha visão do mercado pode ser encontrada no link a seguir, para não soar repetitivo: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/.

No Brasil, a Reforma Política foi fatiada e avança na Câmara. A TLP deverá ir ao plenário ainda na manhã de hoje. Em suma, mesmo de maneira mais atabalhoada, a agenda legislativa caminha na direção correta.

Os jornais de hoje trazem algumas matérias que podem ter efeito relevante sobre as eleições de 2018. Segundo a Folha, um delator, de um suposto esquema de propina em obras do PSDB em São Paulo, teria afirmado que irá comprovar o pagamento de ilícitos em obras na região. A matéria pode ser encontrada aqui: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/08/1912488-neo-delator-promete-extratos-de-propina-do-psdb.shtml. Se confirmada as acusações trazidas pela matéria, colocará o PSDB e seus membros no estados de São Paulo no meio das investigações, dificultando ainda mais a campanha a cargos eletivos, até mesmo para presidente da república, de alguns membros do partido.

Ainda na Folha, o jornal afirma que existe hoje um debate se João Doria, prefeito de São Paulo, poderia se filiar ao DEM para concorrer a presidência da república pelo partido: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2017/08/1912441-dem-se-divide-sobre-entrada-de-doria-no-partido-para-disputar-presidencia.shtml.

O Valor econômico traz artigo sobre as reuniões de Carlos Vianna ontem, em São Paulo. De maneira geral, uma mensagem neutra. O BCB continua seu ciclo de queda da Taxa Selic. Com a inflação ainda baixa, um hiato do produto aberto e com uma recuperação apenas gradual do crescimento, ainda existe espaço para a continuidade do ciclo de queda da Taxa Selix. Segundo o jornal:

O Banco Central não se impõe compromisso de sinalizar o fim do atual ciclo de alívio monetário. A autoridade monetária pode julgar, a depender dos cenários, terminar o processo sem necessariamente desacelerar a magnitude dos cortes. Essa foi uma das mensagens dadas pelo diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana, que se reuniu ontem com economistas na capital paulista. A fala de um diretor nessa ocasião é incomum, já que nesses encontros o BC apenas coleta informações e impressões do mercado, as quais servem de subsídio para o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Segundo relatos, Viana explicou que o BC "não tem compromisso com 'escadinha'". Ou seja, não é obrigado a reduzir o ritmo de corte dos juros à medida que o fim do ciclo estiver mais próximo. Finalizado o ciclo, Viana considerou que "em algum momento" será preciso normalizar as condições monetárias, uma vez que a taxa real de juros ex-ante - diferença entre o juro nominal de um ano e a estimativa da Focus para o IPCA 12 meses à frente - já está em terreno expansionista.
Viana disse que há dois caminhos para essa normalização: queda do juro neutro (em um cenário de reformas) ou alta da meta Selic. "O que não quer dizer que você terá que subir os juros em 500 pontos-base", disse o diretor, referindo-se ao orçamento de corte de juros já promovido pelo Banco Central. Em outubro de 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic de 14,25% ao ano para 14%. E desde o fim de julho a taxa básica de juros da economia está em 9,25%

Nos EUA, Trump continua se mostrando um grande gerador de ruídos. O DB resumiu bem o último imbróglio no país:

The latest threat from President Trump in which he vowed to shut down the government should Congress not fund the border wall, in addition to the talk about ending NAFTA, seemed to undo much of the optimism around the tax reform talk and resulted in risk assets taking a few chips off the table yesterday. A NY Times report suggesting a rift in the relationship between Trump and Senate Majority Leader Mitch McConnell seemingly didn’t help either although McConnell has since issued a statement saying that he and Trump are working towards a unified agenda. Notwithstanding all of the noise and bluster, developments and headlines out of Washington continue to be the main driver for markets for the time being as investors by and large appear fairly relaxed around the general central bank message for now.


Back to the debt ceiling, the federal government has until sometime between late-September and mid-October in order to avoid a technical default by raising the ceiling and it feels like the story has plenty of room to run until then when Congress returns to Washington in early September. Previous experience in 2011 and 2013 showed that the debates became important fiscal turning points so it’s not to be underestimated. So the next six weeks have the potential to be interesting.

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