Brasil: Ruídos políticos continuam.
Os
ativos de risco estão operando neste momento sem grandes tendências. A agenda
do dia será um pouco mais agitada, com destaque para o Jobless Claims nos EUA.
No
Brasil, a Folha traz matéria em que afirma que a base aliada do Governo irá
dificultar o ajuste da meta fiscal. O artigo pode ser visto aqui: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/08/1910549-aliados-ameacam-dificultar-ajuste-no-orcamento-e-pressionam-temer.shtml.
Por ora,
o mercado deverá ler esta notícia como apenas um ruído pontual, que faz parte
de todo o processo político o qual o país está passando. Eu continuo a ver a
situação fiscal como preocupante. O avanço das medidas estruturantes de ajuste é
essencial para a manutenção de um ambiente construtivo para o país e seus
ativos. A situação cíclica da economia ajuda este processo (recuperação do
crescimento, inflação baixa e juros em queda), mas não irá evitar cenários mais
desastrosos no longo-prazo caso as reformas não avancem.
Em uma
nota um pouco mais técnica, após o anuncio da isonomia de impostos para fundos
exclusivos fechados, o mercado começa a discutir opções à medida. Os artigos a
seguir do Valor comentam sobre o tema: http://www.valor.com.br/financas/5083396/especialistas-buscam-opcao-fundo-exclusivo
e http://www.valor.com.br/financas/5083178/come-cotas-deve-atingir-os-mais-ricos.
Finalmente,
Andreia Sadi, do Globo, traz informação de que a eventual delação de Lucio
Funaro poderá contaminar o Congresso e as articulações do Governo. Segundo ela:
Governo admite que delação de Funaro contaminará
Congresso
Interlocutores do
presidente Michel Temer já trabalham com a expectativa de a delação de Lucio
Funaro ser fechada no curto prazo, nas próximas semanas. Diante disso, o
governo avalia que a delação "contaminará" o ambiente político no
Congresso em meio a discussões sobre reformas.
Auxiliares do
presidente admitiram ao blog que a expectativa no governo é de que a delação de
Funaro atingirá o grupo político de Temer, tendo como personagens principais o
ex-ministro Geddel Vieira Lima, o ministro Eliseu Padilha e o ex-assessor de
Temer José Yunes.
Diante deste cenário,
afirmam, as revelações do operador do PMDB, que atuava, prioritariamente, junto
ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), podem complicar a articulação do
governo em busca de votos para derrubar uma eventual segunda denúncia da
Procuradoria Geral da República contra Temer.
Além disso, afirmam,
também "tumultuará", nas palavras de um interlocutor do presidente, o
ambiente na discussão das reformas, principalmente na votação das mudanças na
Previdência.
Funaro também deve
revelar operações que atingirão parlamentares, por exemplo, como foi a campanha
de Cunha à presidência da Câmara, em 2015.
Um ex-aliado de Cunha
disse ao blog que Funaro era conhecido nos bastidores do Congresso por ser
responsável pelas operações financeiras junto a políticos quando acionado pelo
ex-deputado, hoje preso pela Lava Jato.
Por isso, conclui, se
um dos dois tiver provas de pagamentos a políticos para oferecer aos
investigadores, seria ele- e não Cunha.
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