Desaceleração na China e Impostos no Brasil.

O destaque da noite ficou por conta dos números de importação e exportação de julho na China. Ambos ficaram abaixo das expectativas do mercado, apontando para alguma desaceleração da economia do país e do mundo. Por ora, os números de hoje devem ser vistos como flutuações normais dos dados econômicos em meio a um ciclo de crescimento ainda saudável. Qualquer sinal de desaceleração mais acentuada da economia do país, contudo, poderá ser lida de maneira diferente e mais preocupante.

Segundo o Morgan Stanley: Export growth softened to 7.2% YoY in July from an elevated level of 11.3% YoY in June (Consensus and MSe: 11.0% YoY), dragged mainly by slower DM demand. That said, the YTD growth was still robust at 8.3% YoY, as compared to -8% in 2016. Meanwhile, imports growth moderated to 11.0% YoY in July (vs. 17.1% YoY in June; Consensus: 18.0% YoY; MSe: 17.4% YoY), dragged by steel, iron ore and auto. The faster pace of growth deceleration in imports than exports led to wider trade surplus, to US$46.7bn in July (vs. US$42.8bn in June).

No Brasil, em entrevista a Rede TV, o Presidente do BCB afirmou que mantidas as condições atuais o Copom poderá manter o ritmo de queda da Taxa Selic na próxima reunião de política monetária em 100bps. A afirmação está em linha com a precificação do mercado, mas talvez um pouco menos incisiva do que a quase certeza que o mercado trabalha hoje. As digitais de queda de 100bps, por exemplo, operam próximas a 75%-80% de probabilidade. Acredito que, olhando de hoje, com o cenário que temos de inflação e crescimento, a probabilidade de manutenção deste ritmo é elevada e deverá ser considerado o cenário base, mas riscos existem em torno deste cenário.


A mídia continua especulando em torno da situação fiscal do país. Segundo “fontes” o governo estuda mais um pacote de medidas, grande parte de aumento de impostos, visando não revisar a meta fiscal de 2018. O mercado deverá olhar com bons olhos, no curto-prazo, o esforço realizado por este governo para evitar a deterioração adicional das contas públicas. Contudo, a alta sucessiva de impostos é corrosiva a longo-prazo. A ausência de medidas estruturais, como a Reforma da Previdência, colocará o país em situação extremamente delicada no futuro.

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