Risk-Off!

Os ativos de risco apresentaram um forte movimento de “risk-off” ao longo da quinta-feira, liderados por uma rápida e acentuada queda das bolsas dos EUA.

Não há mudanças substanciais de cenário econômico, mas um isolamento cada vez maior do presidente dos EUA em relação à classe política e a sociedade, o que está gerando um ruído maior em torno da possibilidade de implementação de uma agenda econômica e reformista no país.

Ontem, o movimento foi iniciado com rumores em torno da possível demissão de um dos assessores mais importantes da Casa Branca, aquele responsável pelo estudo, implementação e “meio de campo” entre uma Casa Branca ainda inexperiente, e o mercado financeiro e empresarial. Mesmo após os rumores terem sido negados, o mercado seguiu uma trajetória de deterioração.

Como tenho insistido neste fórum nas últimas semanas, vejo um cenário econômico global relativamente construtivo e saudável. Ainda vejo o cenário da mesma maneira, com um crescimento saudável, uma inflação baixa no mundo desenvolvido e condições financeiras globais ainda frouxas. Contudo, via poucas teses estruturais de investimentos, devido a preços pouco atrativos, uma posição técnica comprometida e valuations não “esticados”. Assim, via (e vejo) uma correção dos ativos de risco como natural e, até mesmo saudável na atual conjuntura. Por exemplo, uma queda entre 3% e 5% do S&P500 nos EUA se enquadraria neste perfil de realização de lucros, assim como uma alta de 2% a 3% no dólar, e assim por diante.

Por ora, parece que estamos no meio deste processo de acomodação dos mercados financeiros globais. Neste momento, não vejo motivos para movimentos muito mais agressivos do que estes comentados acima. Contudo, algum estrago técnico já foi feito nos mercados financeiros globais, e na posição técnica neste quinta-feira, o que pode manter os ativos de risco ainda voláteis e instáveis no curto-prazo. De qualquer maneira, estarei observando eventuais oportunidades de alocação no meio deste processo.

No Brasil, os ativos locais estão seguindo o humor global a risco e devem permanecer assim no curto-prazo. A mídia continua reportando uma série de ruídos e pressões políticas em torno do atual governo, mas sem novidades fundamentalmente novas. O foco deverá ficar para a aprovação (ou não) da TLP na semana que vem e para o andamento da agenda econômica de uma forma geral. Agora, a aprovação das novas metas fiscais também entrou no jogo político entre Congresso e Governo.


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