Riscos locais e externos.
Após um dia de pressão
relativamente generalizada nos ativos de risco, as bolsas dos EUA foram capazes
de se recuperar da pequena queda apresentada pela manhã. O foco do mercado permaneceu
no cenário geopolítico, com as trocas de mensagens entre EUA e Coréia do Norte
ainda bastante ativas.
Continuo a ver este
problema geopolítico como um “risco de cauda”, que geralmente é de difícil
mensuração e de difícil previsibilidade e posicionamento. De qualquer maneira,
os atuais níveis de preço dos ativos globais, de maneira geral, também pouco me
atraem. Na ausência de novidades relevantes, o cenário mais provável e de ranges para os ativos de risco ao redor
do mundo.
Em outras palavras, neste
momento, tenha pouca visibilidade em grandes temas de investimentos. Assim,
tenho concentrado alocação em temas específicos e buscando proteções que julgo
assimétricas. Por ora, a alocação a risco ainda é baixa, até que a visibilidade
se torne mais clara.
Vale mencionar o leilão
de Treasury 10yrs nos EUA, que apresentou demanda baixa. Será extremamente
importante acompanhar os desenvolvimentos nesta frente. Mesmo com a inflação
corrente baixa, o Fed indica que irá anunciar o começo do processo de redução
de seu balanço, mais cedo do que tarde. Mesmo que os juros curtos permaneçam
ancorados, o cenário de oferta e demanda por bonds mais longos será essencial
para as taxas de juros no país.
No Brasil, o dia foi de
“bear steepening” da curva de juros e alta do dólar. O mercado mostra um
técnico já comprometido. Confesso que vejo um otimismo por parte dos
investidores com relação ao quadro político local que não estou vendo na
prática. Acredito que a aprovação da Reforma da Previdência é fundamental para
a manutenção de um cenário construtivo para o país. Na atual conjuntura, tenho
baixíssima visibilidade para afirmar que a Reforma será aprovada.
Assim, mantenho
alocações em temas em que a visibilidade parece mais clara, como a parte curta
da curva de juros. Não vejo grandes assimetrias no BRL e nas taxas longas de
juros. Gosto das inflações implícitas na parte intermediária da curva como um hedge barato nos atuais níveis.
O IPCA de julho ficou
levemente acima das expectativas, mas com um qualitativo ainda bastante
positivo. O número em nada altera o cenário para a política monetária de
curto-prazo.
O mesmo vale para o
CAGED, cuja criação de postos de trabalho em julho superou as expectativas do
mercado.
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