Coréia do Norte, Fiscal Brasil e Crescimento na China.

O final de semana não trouxe uma escalada adicional de acusações e ameaças entre EUA e Coréia do Norte, o que está ajudando a dar sustentação aos ativos de risco neste começo de semana.

A despeito da ausência de novidades nesta frente, tampouco houve qualquer sinal de que a situação entre os dois países esteja resolvida em definitivo. As informações a respeito do tema continuam espaças, na base dos rumores e, muitas vezes, desencontradas. Do lado americano, vimos declarações de que uma guerra nuclear não está na eminência de ocorrer e que a diplomacia ainda está sendo favorecida. Contudo, ouvimos rumores de que há preparativos militares para eventuais atuações nesta frente. Do lado coreano, existem rumores da possibilidade de novos testes balísticos, assim como a informação de preparativos militares para potenciais ataques.

No Brasil, os jornais de hoje dão como certa a revisão da meta fiscal de 2017 e 2018 para R$159bi. A semana será importante e decisiva no campo político, com importantes temas da pauta econômica, como a MP da TLP precisando avançar no Congresso. Falei sobre este tema e ruídos nesta frente no sábado pela manhã: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/08/brasil-fiscal-em-foco.html.

A situação fiscal do país continua extremamente preocupante. O governo atuando na direção de buscar saídas críveis para a situação, mas aumento de receitas seja via aumento da carga tributária e/ou a dependência de receitas extraordinárias tem se mostrado uma estratégia curto-prazista, muitas vezes inviável e insustentável a longo-prazo. Entendo a boa vontade da equipe econômica e a direção correta da política econômica deste govrno, mas soluções de longo-prazo, como reformas estruturantes precisam ser colocadas em prática mais cedo do que tarde.

A situação cíclica da economia, com juros em queda, favorecido pela inflação extremamente baixa e um crescimento pífio, além de contas externas saudáveis, e um cenário externo construtivo, tem dado tempo e espaço para a classe política agir de maneira lenta e gradual na agenda de reformas. Esta situação não perdurará para sempre e, mais cedo ou mais tarde, a situação fiscal ficará evidente e o mercado poderá começar a punir os ativos locais na ausência de reformas estruturantes que resolvam o problema fiscal a longo-prazo.

Na China, os dados de atividade econômica de julho ficaram abaixo das expectativas do mercado, mostrando uma desaceleração da economia. Os números devem ser lidos pelo mercado como um processo natural de desaceleração após um primeiro semestre bastante robusto. Rodadas adicionais de desaceleração, contudo, podem levar a interpretações mais negativas nesta parte final do ano. Segundo o Citibank:

  • Industrial production slowed significantly in July — Headline industrial production slumped by 1.2 ppts to 6.4% YoY, much lower than our and market expectations at 7.1% YoY.
  • FAI growth decelerated by 0.3 ppts to 8.3% YoY Ytd — The growth of investment amount of newly started projects turned positive to 1.9% YoY Ytd (versus -1.2% YoY Ytd in June). The source of fund grew at 1.5%YoY Ytd, comparing to 1.4%YoY Ytd previously. By ownership, private investment worsened, with its growth slowing from 7.2% YoY Ytd in June to 6.9% YoY Ytd in July.
  • The retail sales growth moderated to 10.4% YoY from 11% YoY in June — Real retail sales also decelerated from 10% YoY in June to 9.6% YoY. However, the online goods sales further improved by 0.3 ppts to 28.9% YoY Ytd. By commodities, the retail sales on communication appliance, cultural & office goods and daily use goods decelerated remarkable from 18.5% YoY, 16.4% YoY and 11.2% YoY to 7.9% YoY, 10.8% YoY and 7.1% YoY, respectively. In addition, the auto sales, moderated by 1.7ppt to 8.1% YoY. However, the petroleum and beverage sales improved, from 4.2% YoY and 10.6% YoY to 5.6% YoY and 12.5% YoY, respectively.










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