Coréia do Norte & Furão
O final
de semana trouxe apenas duas notícias, até o momento, no cenário externo, que
merecem destaque.
Um
enorme furacão atingiu a região do Texas nos EUA, e a cidade de Houston, a
quarta maior do país. O furacão afetou uma parte relevante das operações de
refino de petróleo da região (e todo o país), além de uma parcela menor das
plataformas de extração de petróleo.
Eventos
naturais como esse tendem a ter impactos pontuais nos dados econômicos, pois
irão distorcer momentaneamente parte das estatísticas econômicas da região.
Para os mercados, o impacto maior deverá ficar por conta dos derivados de
petróleo e das curvas futuras dos mesmos. Em termos econômicos, eventos como
esse tendem a mostrar um crescimento de curto-prazo pior, mais fraco, mas uma
retomada relativamente rápida nos meses subsequentes. Assim, não há mudança de
cenário para o país.
Na noite
de sexta-feira para sábado, no hemisfério norte ocidental, a mídia reportou que
a Coreia do Norte promoveu o lançamento de 3 mísseis balísticos de curto
alcance (leia-se, segundo a mídia, cerca de 250km) na região oceânica entre as
Coreias e o Japão.
O
lançamento dos mísseis ocorre após uma semana de recrudescimento da retórica entre
a Coréia do Norte e os EUA. O evento deve ser visto como uma clara provocação
da Coreia do Norte após as últimas declarações de Trump.
Agora,
ficamos diante de uma situação bastante incerta e delicada. Caso não reaja
militarmente, e insista em ações preventivas por meios econômicos e diplomáticos,
Trump irá começar a perder credibilidade. Assim, crescem as chances da Coreia
do Norte insistir em seu programa nuclear e em suas provocações militares aos
seus vizinhos mais alinhados com o ocidente. Caso Trump decida reagir de forma
mais agressiva, militarmente, poderemos entrar em um ambiente muito mais hostil
e incerto.
Não há
noticias relevantes no Brasil. Seguimos em um cenário cíclico positivo, marcado
por uma estabilização/recuperação do crescimento, uma inflação corrente e
perspectiva baixa, a expectativa de continuidade do ciclo de queda da Taxa
Selic e contas externas saudáveis. A situação fiscal ainda demanda cautela, mas
o governo atua na direção que parece correta (a despeito das dúvidas se serão
viáveis). Ainda existem riscos políticos. Os níveis de preços já são menos
atrativos do que anteriormente, mas na ausência de ruptura, ainda deverá haver
demanda pelos ativos locais.
No
cenário externo, o mundo continua crescendo a taxas saudáveis. A inflação
continua baixa. Estes dois vetores permitem que os bancos centrais das
principais economias do mundo sejam graduais no processo de normalização
monetária. Isso tem ajudado a manter a condições financeiras bastante frouxas e
positivas. De qualquer maneira, existem riscos que precisam ser monitorados,
como a estabilidade financeira em alguns setores da economia e do mercado, uma
possível aceleração da inflação no mundo desenvolvido, ou uma desaceleração
mais acentuada de alguma economia relevante, como a China. Estes riscos, hoje,
ainda apresentam probabilidades baixas, mas impactos relevantes caso ocorram. A
posição técnica e os níveis de preço de algumas classes de ativos já começam a
se mostrar como uma restrição a continuidade do processo de apreciação dos
ativos de risco.
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