Risk-On! Quadro Técnico Positivo.
Os ativos de risco continuam se ajustando para uma perspectiva de
manutenção do status-quo na Inglaterra, mesmo que as pesquisas mostrem um
Referendo ainda indefinido. A dinâmica dos mercados globais confirma a visão de
que o quadro técnico está saudável, ou seja, existe espaço para alocações
adicionais em ativos de risco, contanto que os riscos de curto-prazo sejam
mitigados (Brexit, em especial).
O cenário base continua a ser de um crescimento global baixo,
porém estável, o que parece trazer, por hora, conforto aos investidores. Os
riscos existem (Brexit, crescimento chinês, baixa produtividade nos EUA, valuations excessivos de algumas classes
de ativos, e etc) mas parece que só afetarão a dinâmica caso sejam efetivamente
realizados.
No Brasil, o IPCA-15
de junho ficou muito abaixo das expectativas, com alta de 0,40% MoM e 8,98%
YoY. O número contrariou as indicações mais negativas que as coletas diárias de
preços vinham apontando. O qualitativo do indicador foi positivo, com
desaceleração dos núcleos e recuo do índice de difusão.
No campo político, a despeito do avanço da Operação Lava-Jato, e
de seus desdobramentos, a equipe econômica do governo interino continua
trabalhando, apresentando propostas e aprovando medidas essenciais ao país.
Como comentei pela manhã, mesmo com um impacto fiscal negativo, a negociação da
dívida dos estados acabou sendo um evento político importante para o apoio dos
governadores ao governo.
O dia acabou sendo menos positivo para o BRL, que apresentou
alguma realização de lucros ao longo do dia, e acabou seguindo um pouco a
tendência global. O mercado de juros nominais foi o destaque de apreciação, com
as inflações implícitas caindo, em linha com a divulgação de IPCA15 mais
brando. Mesmo com o evento da Oi, o Ibovespa acabou apresentando um bom
desempenho na parte da tarde.
Reforço minha visão de que, caso não haja um envolvimento mais
contundente de Michel Temer nas investigações, o mercado poderá focar nas
reformas que estão sendo propostas, negociadas e aprovadas pelo Congresso. O news
flow trará volatilidade e picos de incerteza. Entretanto, o andamento das
reformas econômicas me parece ser o vetor que ditará o rumo dos ativos locais
de agora em diante. Nesta frente, a equipe econômica continua trabalhando,
negociando com o congresso e aprovando medidas que, até pouco tempo atrás, eram
praticamente inviabilizadas. É natural que as medidas não sejam aprovadas 100%
como serão apresentadas a sociedade, mas faz parte do jogo democrático as
negociações junto ao congresso. Minha visão será alterada caso os ruídos
políticos comecem a prejudicar a agenda econômica.
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