Brexit Countdown...
Os investidores, na ausência de mudanças substanciais de cenário,
estão ajustando posições para o Referendo na Inglaterra, agendado para amanhã.
Assim, estamos observando movimentos bastante técnicos, alguma perda de
correlação entre as classes de ativos, e alguns movimentos, no mínimo,
curiosos.
As pesquisas ainda apontam para uma indefinição no que diz
respeito ao resultado final da votação. As casas de apostas ainda mostraram
amplo espaço para uma vitória do “Remain”, com probabilidade em torno de 75%.
Contudo, algumas questões técnicas e “mercadológicas” abrem espaço para
questionamentos em torno destas probabilidades:
One interesting pattern in the betting for this vote has been that whilst
75 per cent of the money staked has been for Remain, the majority of actual
bets have been for Leave. That's because the average bet stake for Remain is
around £450, for Leave it's just £70. The truth is, we don't really have enough evidence to be sure how
predictive political betting markets really are. It's only in recent years that
we've seen the sort of big, liquid, multi-million pound events that could
produce anything worth studying. As an example, Ladbrokes took ten times more
money on the 2015 general election as we did in 2005. If I were having a bet today, I think I'd
back Leave at 3/1. I still think Remain are the more likely winners, but
there's enough uncertainty in this vote to make me think the outsiders have a
better chance than the odds imply. (Op-Ed by Matthew Shaddick Head of
Political Betting at Ladbrokes, originally posted int he Telegraph).
É interessante observar como alguns ativos estão em níveis inimagináveis
diante do cenário de incerteza, como GBP próxima aos picos do ano, assim como o
S&P, mesmo com as volatilidades implícitas no mercado de opção
“explodindo”. Este cenário me leva a crer que o mercado esteja com um quadro
técnico positivo, buscando hedges
para os portfólios mas, talvez, subestimando o eventual efeito negativo da
vitória do “Leave”.
Por um lado, eu não acredito que a saída da Inglaterra da UE seja um
“evento de cauda” como a quebra da Lehman, mas, por outro lado, acho que cria
um precedente perigoso, de mensuração difícil, especialmente no quadro político
da Europa, em um ambiente cada vez mais propício para o avanço de partidos
radicais e pela busca de mudança do status-quo
político e econômico. O impacto econômico, especialmente pelo efeito da
incerteza, deveria ser relevante dentro deste contexto.
A manutenção do “status-quo”, pela dinâmica recente dos mercados, e pela
retirada de uma incerteza do cenário, deveria promover mais uma rodada de
apreciação dos ativos de risco. Mas, pouco tempo depois, devemos voltar a focar
nos fundamentos econômicos.
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