Brasil: Mercado reage de maneira positiva.

O dia foi de bom desempenho dos ativos locais. Eu atribuo está melhora do humor em relação ao Brasil a alguns fatores: Posição técnica mais favorável, estabilidade do cenário externo, avanço do governo Temer em temas importantes para o ajuste fiscal, e sinais de que “o fundo do poço” da economia tenha sido atingido.

Gostaria de evoluir neste último ponto. O ápice desta conclusão foi atingida nos últimos dois dias, com as surpresas positivas do PIB e da PIM. Contudo, este é um processo que já vinha sendo consolidado nas últimas semanas, com sinais mais animadores dos indicadores de confiança. Alguns investidores, mais especializados no cenário micro, tem me reportado que o próprio setor corporativo está passando um feedback menos negativo nas últimas semanas, com uma esperança crescente de que a situação das empresas possa melhorar de agora em diante. Obviamente, o processo de recuperação da economia será longo, tortuoso e recheado de contratempos. Contudo, não podemos descartar um cenário muito mais positivo para o setor corporativo em algum momento entre o segundo semestre deste ano e o início de 2017. Não me parece que os ativos locais estejam, neste momento, preparados para isso, vide a forte pressão sofrida pela bolsa nos últimos dias. Acredito que seja cedo para “cantar vitória”, mas salvo uma surpresa negativa externa, podemos observar uma recuperação de curto-prazo da bolsa local.

Vale ressaltar, também, que a melhora do crescimento, por si só, é positiva para o cenário fiscal, pois reduz a dívida/PIB, e impulsiona o fechamento das taxas longas de juros.

No cenário externo, a situação parece fluida. O ADP Employment e o Jobless Claims, ambos divulgados hoje nos EUA, apontam para um mercado de trabalho robusto, consistente com o discurso do Fed de que uma alta de juros poderá ocorrer mais cedo do que tarde.

Por hora, o mercado parece tranquilo com este cenário de alta gradual de juros nos EUA. A depreciação “controlada” do CNY, na China, também está sendo bem absorvida pelos investidores. Estou bastante impressionado com a força da bolsa dos EUA nos últimos dias, assim como para o suporte que o petróleo ganhou nas últimas semanas. Não que eu veja um cenário de crise à espreita, mas dado os riscos do cenário, em uma economia global que cresce pouco, eu imaginaria que o mercado fosse pedir maiores prêmios de risco. 


A reunião do ECB na Europa trouxe poucas novidades ao cenário, enquanto a reunião da OPEP chegou ao fim sem que o cartel acordasse qualquer tipo de medida visando elevar os preços da commodity.

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