Juros na Coréia, CPI na China e novas medidas no Brasil.
Os ativos de risco estão mostrando algum sinal de fadiga está manhã, e operam com um leve viés negativo neste momento. O destaque da noite ficou por conta da surpreendente queda de 25bps nos juros da Coréia do Sul, que não era esperada pelo mercado. O BoK manteve um tom dovish, sinalizando que novas medidas de suporte a economia podem vir a acontecer.
Na China, o CPI de maio caiu de 2,3% YoY para 2,0% YoY, abaixo das expectativas do mercado. O PPI subiu de -3,4% YoY para -2,8% YoY. A queda do CPI é explicada pelo arrefecimento em alimentação. Por hora, a inflação não se mostra uma restrição para que o PBoC mantenha uma política monetária frouxa, que dê suporte a uma economia ainda fragilizada.
O CPI na China, e a postura mais agressiva do BoK na Coréia do Sul são exemplos evidentes do momento por que passa a Ásia como um todo. A região passa por um período de crescimento baixo, sem nenhum sinal de aceleração. No máximo, o que podemos esperar da região são períodos de acomodação do crescimento. Neste ambiente, os riscos deflacionários aumentam e a necessidade de medidas de suporte ao crescimento aumenta a cada dia. Ainda vejo com preocupação o cenário de baixo crescimento da região (e do mundo como um todo) frente ao poder cada vez menos potente da política monetária no mundo.
No Brasil, como era amplamente esperado, o Copom manteve a taxa Selic estável, sem mudar o comunicado após a decisão. Como o Comitê se totalmente alterado em breve, a decisão vale muito pouco para as perspectivas de taxas futuras de juros.
Na Folha de hoje, Valdo Cruz está afirmando que o governo vê espaço para queda na taxa Selic no segundo semestre deste ano. Como tenho afirmado, em relação ao BCB, eu mantenho a visão que tenho afirmado aqui. Acredito que a estratégia ótima deste novo BCB seja manter os juros estáveis por mais alguns meses. Caso o cenário de desaceleração de inflação se confirme, é natural supor que as expectativas de inflação convirjam para a meta, ajudadas pela implementação de um ajuste fiscal. Com este cenário concretizado, o BCB será capaz de iniciar um ciclo mais agressivo de corte de juros.
Na Coluna Painel, da mesma Folha: Em busca de agendas positivas, o Planalto anunciará uma reforma administrativa. Além de extinguir os 4.000 cargos já prometidos, a equipe de Michel Temer criará uma Secretaria de Estatais vinculada ao Planejamento. Sua missão será instituir um sistema de controle interno dentro das empresas públicas, com comitês de auditoria ligados aos conselhos de administração — e não às diretorias — para tentar evitar conluios. O anúncio ocorrerá já nesta sexta se o pacote for fechado a tempo.
Em suma, o governo continua na direção correta do ajuste econômico. O sentido de urgência nas medidas mostra que existe um total entendimento dos problemas, além da noção que precisam aproveitar a “lua de mel” do começo do governo para aprovar medidas mais drástica e, as vezes, pouco consensuais.
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