Brexit ainda domina o humor, por pouco tempo...
Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento
positivo verificado ontem, mesmo. As pesquisas de intenção de voto na Inglaterra, divulgadas ontem a note,
mostraram um quadro misto, em uma corrida apertada e indefinida.
Na Alemanha, a
corte de justiça deu luz verde para as operações denominadas de OMT pelo ECB,
retirando mais um risco de curto-prazo do cenário. Ainda no país, o ZEW – um dos
indicadores mais importantes de confiança – subiu de 4,8 para 19,2 em junho.
No Brasil, o
governo aprovou uma renegociação da dívida dos Estados. Se, por um lado, haverá
um impacto fiscal negativo, de certa forma esperado, por outro lado, Temer
conseguiu um importante apoio por parte dos governadores, que se mostrará
essencial no caminho do ajuste fiscal do país.
Na Austrália, as
Minutas do RBA mostraram um banco central em compasso de espera, que parece
estar dando um passo por vez no que tange a política monetária.
Por hora, os ativos de risco continuarão focados, voláteis e
sensíveis as pesquisas na Inglaterra. Contudo, passado o evento do Referendo, é
natural supor que voltemos a ter um foco maior nos fundamentos econômicos e em
outros problemas menos pontuais e mais estruturais de algumas economias, como
importantes eleições em países da Europa, o baixo crescimento da Ásia, o
problema de baixa produtividade nos EUA e os próximos passos que serão dados
pelo Fed, após mais um FOMC percebido como extremamente dovish pelos investidores.
Minha visão continua positiva com as perspectivas de
longo-prazo do Brasil, mas entendo que estamos em um período em que parece
carecer de “trigger” para mais uma rodada de apreciação dos ativos locais. Como
comentei na semana passada, acho válido trocar parte de risco nos juros por
BRL. Continuo concentrado nas NTNBs mais longas, com algum risco de BRL via
opção. Acho válido adicionar uma posição de “flattening” da curva de juros Pré,
na tentativa de expressar uma visão positiva com os fundamentos de longo-prazo,
em meio a um cenário de curto-prazo de inflação elevada (e que ainda surpreende
para cima). Acredito que este “novo” banco central não será leniente em meio a
este cenário e não deveria aparentar pressa em iniciar um ciclo de queda de
juros.
No cenário externo, ainda vejo o nível das bolsas dos EUA
como não compatível com o cenário de produtividade, crescimento e política
monetária. Continuo receoso com o cenário de crescimento para a Ásia. Estamos
buscando exposição a risco que expressem este cenário, tendo consciência que o
curto-prazo zera afetado pelos eventos na Inglaterra.
Comentários
Postar um comentário