Risk-Off!
A sexta-feira apenas manteve os movimentos de aversão a risco
verificados no início do dia. Não há informações adicionais em relação ao que
escrevi neste fórum na manhã de hoje. Mantenho minha visão de que não vejo
risco sistêmico, mas um cenário de maior incerteza, em um ambiente de
fragilidade da economia mundial, o que deveria gerar volatilidade nos ativos de
risco e menor crescimento global.
Os bancos centrais reagiram de maneira prudente, oferecendo
conforto ao mercado caso necessário. Por hora, não há a necessidade de uma
atuação “de fato”, mas os próximos dias serão essenciais.
O mercado de juros no Brasil mostrou reação bastante contida,
com os investidores fazendo uma analogia da situação atual com a política
monetária implementada em 2008 e 2011. Eu acho cedo para chegar a essa
conclusão. Acredito que veremos juros mais baixos em um futuro não muito
distante, o que justifica posições aplicadas na curva. Contudo, por hora, não
vejo a necessidade do BCB adiantar o começo deste ciclo de queda da taxa Selic.
As contas externas do país continuam mostrando uma tendência
clara de ajuste, o que acabou ajudando o BRL, em meio a expectativas ainda
elevadas de fluxos em meio aos ajustes que estão sendo implementados pelo atual
governo.
Nos atuais níveis, não vejo valor em posições em BRL e/ou no
Ibovespa, preferindo concentrar risco no mercado local de juros, com a
utilização de alguns hedges externos, que visem se apropriar de um cenário de
menor crescimento global.
Vale ressaltar que, nos EUA, o Durable Goods Orders de maio
ficou abaixo das expectativas do mercado, mostrando uma tendência preocupante
para os investimentos do país. O cenário base ainda é de um crescimento baixo,
porém estável, com alguma variação em torno da tendência de 2%. Contudo, os
eventos recentes elevam as chances de alguma desaceleração adicional.
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