Risk-Off, mas sinais de estabilização começam a surgir.

Os ativos de risco estão abrindo a semana ainda em tom negativo, liderados por mais uma forte queda da GBP. Contudo, já vemos sinais de estabilização do humor em alguns mercados, que apresentaram recuperação em relação aos piores momentos desta noite. Eu espero alguma estabilização do humor global a risco ao longo do dia, mas meu viés de curto-prazo ainda é negativo.

Na Espanha, as eleições gerais mantiveram o status-quo de um governo mais ao centro, afastando o risco de uma votação expressiva dos partidos mais radicais. Contudo, não houve maioria absoluta para nenhum partido, como era esperado, o que deve manter o quadro político local instável. Ainda existe uma chance relevante de que novas eleições tenham que ser convocadas no país. A Espanha não era vista como um risco relevante ao cenário, mas as eleições na Itália precisam ser acompanhadas de perto.

Falando na Itália, alguns meios de comunicação estão afirmando que o país pode injetar cerca de EUR$44b em seu sistema bancário, mostrando a preocupação dos policy makers com o sistema financeiro europeu. Se confirmada, a medida seria positiva. Contudo, me parece que estamos em um cenário em que a situação ainda precisa piorar muito antes de medidas mais radicais como esta. Como a Merrill Lynch gosa de afirmar: “Markets stop panic when centrl Banks panic”.

Na China, em linha com o movimento global do USD, o país depreciou o CNY em 0,9%, umas das maiores variações diárias da história da moeda chinesa. O movimento era de certa forma esperado, devido ao fortalecimento do dólar no mundo, mas acaba reverberando nas demais moedas da Ásia devido a “guerra cambial” em torno de competitividade.

No Brasil, o news flow está dividido em sinais positivos emitidos pela equipe econômica, no que tange as reformas que estão sendo trabalhadas e apresentadas a sociedade e ao congresso, e sinais negativos do lado político, com a Operação Lava-Jato angariando novos delatores, com importantes nomes de todos os partidos sendo levados ao centro das investigações. No final de semana, a revista Época voltou a afirmar que um dos delatores poderá indicar o nome de Michel Temer como favorecido por uma das doações que teriam sido fruto de manobras ilícitas. Além disso, o PSDB parece cada vez enrolado, com o nome de pessoas próximas a Aécio Neves sendo envolvidas nos escândalos. Por hora, não há sinais de que estes eventos irão atrapalhar o ajuste econômico em curso, mas a Lava-Jato continua a ser o maior risco para o governo interino no curto-prazo.

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