Consolidação.
Os ativos de risco tiveram uma quinta-feira de realização de
lucros. Ainda parece cedo para afirmar que ouve uma mudança das tendências
observadas desde a divulgação dos dados de emprego nos EUA. Contudo, alguns dos
vetores que citei ontem merecem atenção: (1) a posição técnica parece menos
favorável, (2) os valuations já não
se mostram tão atrativos, mas (3) o cenário macro continua estável.
Vale a pena chamar a atenção para a continuidade da fraqueza no
Cobre. Entendo que existem questões específicas (micros) para o movimento
(estoques elevados, entre outros), mas uma queda desta magnitude sempre chama a
atenção, especialmente em uma commodity considerada por muitos como uma proxy para o crescimento global.
Nos últimos dias, alguns proeminentes investidores vieram a
público alertar para alguns riscos nos mercados financeiros globais com alguns
deles, inclusive, tomando posição nesta direção mais negativa. Por hora, os
mercados continuam funcionando de forma fluida e sem sinais claros de stress ou
mudança de cenário.
Nos EUA, o Initial Jobless Claims se manteve em patamar robusto,
com o Continuing Claims atingindo o menor patamar deste ciclo econômico. O número
mostra um mercado de trabalho ainda robusto. O Wholesale Inventories subiu
fortes 0,6% MoM em abril, elevando as expectativas para o PIB do 2Q para
próximo a 3% QoQ anualizado. Uma alta de juros por parte do Fed em junho parece
descartada, mas as reuniões subsequentes não podem ser ignoradas.
No Brasil, o dia foi de acomodação, após forte movimento
verificado no início da semana. A nossa área econômica tem me alertado para os riscos
altistas na inflação de curto-prazo (próximos 2 meses). Em um ambiente de
inflação elevada, a curva curta de juros, neste momento, me parece bem
precificada. Prefiro concentrar risco na parte longa da curva de juros reais.
No mercado de câmbio, o BCB continua ausente. Após a emissão
externa da Petro, abriu-se uma janela de captação para as empresas brasileiras
no exterior. Em alguns casos, apenas para “liability
management”, mas em outros casos, com algum fluxo para o país. As contas
externas vêm mostrando melhora continua. Contudo, nos atuais níveis, tendo a
acreditar que o cenário externo possa ter um peso maior na dinâmica de
curto-prazo.
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