Update

Os dados de emprego nos EUA mostraram um mês de março ainda pior do que o divulgado anteriormente, mas uma recuperação ao longo do mês de abril. Como bem resumiu o economist do JPM: the trend in job growth is going from great to good. A ausência de uma recuperação mais robusta neste começo do Segundo trimester está, definitivamente, eliminando a probabilidade de uma alta de juros no meio deste ano. Por hora, ainda não vejo motivo para descartar o começo de um processo de alta gradual de juros em setembro. Ainda vejo chances relevantes de uma recuperação da economia nos próximos meses, o que irá permitir a continuidade do processo de normalização monetária por parte do Fed.

Em um ambiente de incerteza do cenário no curto-prazo, precisamos separar movimentos de curto-prazo de tendencia de longo-prazo nos ativos de risco. Com a Treasury 10yrs não rompendo o patamar de 2,25%, é natural esperar um período de consolidação, até que dados economicos mais fortes venham a ser divulgados. Assim, faz sentido o movimento de descompressão nas moedas, commodities e ativos EM em geral. No longo-prazo, contudo, ainda não vejo motivos para alterar a visão de recuperação da economia norte americana, de um menor crescimento estrutural da China e uma recuperação gradual, porém constante da economia na Europa. Neste ambiente, espero que, em algum momento do tempo, possamos ver novas rodadas de pressão nas commodities e nos ativos EM, alta no USD e abertura de taxas de juros nos países desenvolvidos.


No Brasil, as evidências anedóticas “plantadas” na mídia reafirmaram a postura mais dura do BCB. Um BCB percebido como mais duro, com os riscos políticos tendo sido reduzidos, em um cenário externo de curto-prazo menos desafiador, trouxe alívio aos ativos locais. A curva de juros precifica altas de 45bps+25bps+13bps nas próximas reuniões do Copom, com algumas quedas apartir de janeiro de 2016. A curva, assim, ficou bastante invertida, em um movimento que parece fazer sentido. Continuo vendo valor na parte intermediária e longa da curva nominal de juros. A inflação implícita parece elevada para um BCB cada vez mais comprometido com o centro da meta de inflação. No BRL, vejo o patamar abaixo de 3,00 como uma oportunidade de compra da moeda. Faria a posição em etapas, adicionando cerca de 30% do risco nos atuais niveis, e incrementando caso a moeda continue se apreciando no curto-prazo. Estruturas de opções que visem se apropriar de um vol implicita alta e reduzir o carrego elevado (Flys, Condors e etc) me parecem a melhor estrutura no atual momento dos ativos externos.

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