Update

Em um dia de agenda econômica esvaziada, ou de pouca relevância para o cenário, o desempenho negativo dos bonds norte americanos voltaram a dar o tom dos mercados globais. Desta vez, em um movimento liderado pelos EUA, mas sem um trigger específico, a forte abertura de taxas promoveu um fortalecimento generalizado do USD e uma rodada de pressão sobre os ativos emergentes. Contudo, acabaram não abalando o bom humor para as bolsas dos países desenvolvidos.

No Brasil, seguindo o humor externo, e após um forte rally nos últimos dias, a segunda-feira foi de realização de lucros, com uma piora nos mercados de renda fixa, câmbio  e renda variável. Vejo hoje um mercado muito mais neutro em relação a posições compradas em dólar, e poucos investidores com posições relevantes no mercado de renda fixa. Os investidores locais, a grosso modo, continuam céticos em relação ao rally da bolsa e da Petro, em especial, mostrando um quadro técnico ainda positivo para os ativos locais.

Os ativos de risco, na minha visão, seguem em movimentos de range, com volatilidade elevada, mas sem um direcional claro ou persistente. Por hora, o patamar de 2,10%-2,30% na Treasury 10 anos continua a ser respeitado, assim como o patamar de 2,97-3,07 no BRL, e de 1,15 no EUR. O S&P500 aparenta estar em um novo patamar, desta vez em torno de 2.080-2.130. No mercado local de juros, o 12,50%- 13,00% no Jan21, por hora, parece ter sido respeitado.

Em linhas gerais, gostaria de ter uma maior visibilidade do cenário macro global para ter uma maior certeza em relação as reais assimetrias do cenário. Ainda acredito no retorno das tendências que prevaleceram no começo do ano (USD forte, pressão sobre as commodities e os ativos emergentes, abertura de taxas de juros, entre outras), mas confesso que será necessário o cenário macro confirmar uma recuperação mais robusta da economia dos EUA para este ambiente poder ser retomado. Enquanto isso, vale adotar uma postura mais oportunista e tática.


Em relação ao Brasil, ainda vejo valor em posições aplicadas na parte intermediária da curva, aliadas a posições compradas em USDBRL. Acredito que a banda de 2,97-3,07 deve ser usada em uma tentativa de maximizar as posições no mercado de câmbio, assim como operações de opções que busquem se apropriar de uma vol implícita ainda elevada, mas com delta comprado (flys, condors, etc). Para aqueles que buscam posições mais defensivas, os juros reais em torno de 6% ainda se mostram atrativos, mas com uma inflação implícita alta vis-a-vis um cenário em que o BCB se mostra mais comprometido com o centro da meta de inflação.

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