China: Cenário continua desafiador

Os ativos de risco opera a espera dos dados de emprego nos EUA, sem movimentações relevantes pela manhã. Além dos números de mercado de trabalho nos EUA, o IPCA no Brasil será o outro destaque da agenda.

Vejo os dados de hoje nos EUA como binários para os mercados. Após os fortes movimentos verificados nas últimas semanas, acredito que o quadro técnico já esteja mais neutro. Assim, um número forte pode trazer de volta as tendências do começo do ano, enquanto um dado mais fraco pode acabar gerando uma reação menos óbvia dos mercados.

Brasil – A Câmara aprovou as MP´s do ajuste fiscal, com grande parte das emendas tendo sido rejeitadas, em uma primeira demonstração de união da base aliada. A despeito da vitória, o Senado sinalizou que irá fazer jogo duro em torno do ajuste. Por hora, continuamos em um cenário político desafiador, mas de maneira não linear, alguns avanços claros estão sendo obtidos neste frente.

China – Os números da balança comercial de abril voltaram a surpreender negativamente, com as exportações e importações fracas. O cenário para a economia chinesa se mostra extremamente desafiador. A despeito de uma série de medidas colocadas em prática nos últimos meses, a economia está mostrando uma imensa dificuldade em mostrar alguma estabilização e/ou recuperação. O modelo chinês vem se mostrando esgotado, sem que os policy makers locais tenham condições, por hora, de reenergizar a economia. Assim, é natural esperar que novas medidas de suporte ao crescimento sejam divulgadas nos próximos dias, expectativa essa que ajudou a recuperação das bolsas do país esta noite. Ainda vejo a China como o principal risco para a economia mundial este ano, a despeito da animação do mercado local de renda variável, que parece reagir as expectativas de novos afrouxamentos monetárias, além de questões técnicas, como a interconexão das bolsas da China e Hong Kong e a ausência de oportunidades de investimentos em outras classes de ativos, já que o mercado imobiliário e de crédito passam por um período de correção.

Inglaterra – Surpreendendo as expectativas do mercado, o partido Conservador se saiu vitorioso das eleições parlamentares, garantindo uma pequena maioria no Parlamento. Com este resultado, a incerteza política de se montar um novo governo de coalizão é reduzida, tirando alguma incerteza do cenário. A postura do “novo” governo deve ser de manutenção das atuais políticas, 
com um fiscal mais austero, menos intervencionismo na economia (comparado a uma vitória do partido Trabalhador), e a possibilidade de um novo referendo, em um futuro próximo, em torno da permanência do país na EU. A GBP reagiu positivamente ao resultado, já que o país terá um menor risco político no curto-prazo.

Europa – A produção industrial de março na Alemanha apresentou queda de 0,5% MoM, abaixo das expectativas de alta de 0,4% MoM. Na Espanha, a produção apresentou alta de 4,8% YoY, com o número na Itália subindo 0,4% MoM, acima das expectativas de 0,2% MoM. O cenário econômico na Europa continua se mostrando animador. Exceto por uma breve acomodação do crescimento da Alemanha neste final do primeiro trimestre do ano, alguns países mais problemáticos na história recente, como Espanha e Itália, começam a dar sinais mais positivos de recuperação da economia e crescimento, o que deve ser mantido ao longo do ano.

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