China sell-off

O destaque da noite ficou por conta da queda de 6,5% no Shangai Composite, o principal índice de bolsa da China. A bolsa chinesa vinha apresentando uma dinâmica de rápida e acelerada alta nos últimos meses, sem um movimento de correção mais elevado há algum tempo. Em linhas gerais, a despeito de um cenário econômico desafiador para o país, as expectativas de uma política monetária mais expansionista nos próximos meses vinha sendo o principal pilar de sustentação para as bolsas chinesas. 

Hoje, segundo a mídia, o PBoC promoveu leilões de repo com o objetivo de drenar liquidez do mercado, em um movimento totalmente inesperado, que acabou retirando, pontualmente, um dos principais pilares de sustentação dos mercados locais. Além disso, algumas corretoras no país estão restringindo ou apertando as maneiras com que os investidores fazem alavancagem no Mercado, emu ma clara medida de desconforto com a dinâmica recente das bolsas. De acordo com a Boomberg: China’s central bank offered short-term debt to selected financial institutions, helping them deploy excess cash as an economic slowdown stifles demand for loans. The People’s Bank of China drained tens of billions of yuan from the financial system recently by selling repurchase agreements, according to two people familiar with the matter. The authority sold more than 100 billion yuan ($16 billion) of seven-, 14- and 28-day contracts, Reuters reported Thursday, citing people it didn’t name. An overnight money-market rate earlier slid below 1 percent for the first time since 2009.

Acredito que o aperto de liquidez não seja uma mudança drástica de política monetária no país, já que o crescimento ainda se mostra fragilizado e a inflação excessivamente baixa. Este tipo de aperto de liquidez costuma ser um “ajuste fino” de política monetária. Em relação as bolsas locais, contudo, após uma alta rápida e acentuada, sem respaldo dos fundamentos macro, e com valuations já um tanto esticados, uma movimento de realização de lucros me parece natural e saudável, contanto que não seja rápido e acentuado como foi hoje.

Brasil – O Senado nesta quarta (27)aprovou a proposta do governo de restringir a concessão de pensão por morte e de auxílio-doença, dando mais um importante passo no processo de ajuste fiscal do país. Como temos enfatizado nos últimos dias, a despeito de ruídos pontuais, o ajuste fiscal tem evoluído de maneira não linear e tortuosa. O governo está mostrando total comprometimento com a meta proposta para este ano, enquanto a equipe econômica já deu sinais de que existem “cartas na manga” para, eventualmente, cobrir rombos que venham a ser feito pelo Congresso. Infelizmente, a parte ruim deste processo é que a qualidade do ajuste tem ficado comprometida, com aumento de receitas (impostos) em detrimento a queda de despesas.

Segundo um artigo do Valor: Na eventualidade de um conflito mais sério envolvendo a equipe econômica, a presidente Dilma Rousseff deve arbitrar em favor do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Isso se aplica também para o ministro Nelson Barbosa (Planejamento), elevado à condição de antagonista de Levy por setores do PT, segundo avaliação feita por dirigentes petistas após o último embate do ajuste fiscal, a votação e aprovação da MP 665, na noite de anteontem, no Senado. "Hoje, se ela tiver que decidir entre o Levy e o Nelson, não tenha dúvida, sai o Nelson", disse ao Valor um interlocutor das várias facções petistas, inclusive do ex­presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Palácio do Planalto.

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