Update

O mercado continua passando por um momento claro de correções técnicas, onde grande parte das posições que foram bem sucedidas nos últimos meses (USD forte, queda no Petróleo, alta nas bolsas da Europa e EUA, queda de taxas de juros na Europa, entre outras) passam por um período de liquidação ou zerada de posiçoes.

A Treasury 10yrs está em um ponto gráfico extremamente importante (vide gráfico abaixo). O patamar de 2,20%-2,25% era um objetivo de curto-prazo (vide comentário da semana passada reproduzido abaixo). O mercado deveria trabalhar um pouco nestes níveis. Caso confirme o rompimento, contudo, podemos ter mais uma rodada de abertura de taxas.

Como comentei ao longo dos últimos dias, vejo o rompimento do patamar de 2,00% nas Treasuries de 10yrs como um movimento técnico relevante, que pode acabar puxando o mercado a níveis mais elevados, em torno de 2,20%-2,25%. Este movimento, caso confirmado, tenderia a ser negativo para os ativos de risco em geral, como bolsas, moedas e commodities. Ainda vejo está dinâmica como puramente técnica, já que não há mudanças acentuadas de fundamentos que justifiquem estes movimentos neste momento. Contudo, não podemos desprezar os sinais do mercado, o que requer maior cautela nos portfólios no curto-prazo, até porque mercados parecem operar sem grandes tendências definidas a algumas semanas.

Brasil – A PIM apresentou queda de 0,8% MoM em março, dentro das expectativas do mercado. o cenário de crescimento continua desafiador, sem qualquer pilar claro de sustentação da economia ao longo deste ano. No campo político, as negociações para a aprovação do pacote fiscal continuam, mas tudo indica que, a despeito de algumas emendas, as propostas devem ser aprovadas. O BRL teve um dia de performance relativa mais positiva, com a curva de juros apresentando leve steepening, e uma correção no mercado de renda variável.

EUA – O ADP Employment apresentou alta de 169k em abril, abaixo das expectativas de 200k. O Unit Labor Cost apresentou alta de 5% no 1Q com, a Produtividade caindo 1,9% no trimestre. Os dados de hoje não alteram significativamente o cenário de longo-prazo da economia norte americana. O movimento dos ativos de risco me parece muito mais técnico do que fundamentalista, neste exato momento.

Europa – A situação na Grécia segue indefinida, com as notícias desencontradas e sem avanços aparentes nas negociação. Este ambiente deve manter os ativos de risco em compasso de espera, com volatilidade mais elevada e com maior cautela por parte dos investidores. Na Inglaterra as eleições amanhã devem trazer algum ruído aos mercados.


China – Será interessante observar a dinâmica das bolsas do país está noite, após dois dias de fraco desempenho. Por hora, a correção parece pontual, natural e esperada, dentro de uma tendência de alta. Contudo, frente a um quadro técnico já menos favorável e um cenário macro desafiador, novas quedas podem levar um movimento maior de correção.

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