Grécia em Foco
Com a situação na Grécia tensa e indefinida, os ativos de risco
começaram a dar maior atenção a este vetor, já que o tempo para um acordo, sem
que haja ua evento de cauda na região, está se esgotando. Assim, estamos
observando um movimento de pressão sobre o EUR, o que está dando suporte ao USD
no mundo, e uma rodada de queda nas bolsas dos países desenvolvidos, em linha
com o que temíamos desde o final de semana.
A
agenda do dia será agitada, com destaque para o Durable Goods Orders,
S&P/CaseShiller, Markit Services PMI, New Home Sales e Consumer Confidence
nos EUA.
Grécia - Só para
colocarmos a situação em perspectiva, a próxima data relevante para o país será
dia 5 de julho, com o pagamento de EUR292mm ao FMI. A Grécia já avisou que
só terá esses recursos caso seja liberado a próxima tranche de ajuda financeira
ao país. Em linhas gerais, sem um acordo, o país irá “entrar em default” deste
pagamento.
Alguns tem me perguntando a respeito de
uma potencial saída do país da União Europeia. Um default não necessariamente
implica a saída do país da UE, mas sem dúvida eleva consideravelmente essa
chance. Na minha visão, a grande novidade dos últimos dias é a
ausência de um acordo, faltando menos de 10 dias para a data limite. Todas
as demais negociações passadas entre a Grécia e seus credores geraram ruídos,
mas no final foram acertadas. Ainda tenho o temor de que seja
necessário um período de stress e contágio para empurrar o país e seus credores
a um acordo. Vale a pena ressaltar que existe uma série de soluções
intermediárias que se, por um lado, afastam os risco de curto-prazo, por outro
lado não resolvem definitivamente a situação do país. Assim,
podemos esperar um período um pouco mais turbulento na Europa nos próximos
dias, até que uma solução seja encontrada, para o bem ou para o mal.
Na linha do comentei neste fórum no
domingo passado, de qualquer maneira, a proximidade do fim do caixa eleva as
chances de um "evento de cauda", de 10% para em torno de 20%-30%. A
cada dia que passa, e uma solução não é encontrada, a probabilidade de um
evento mais negativo se eleva em torno de 5% a 10%, o que, de agora em diante,
será precificado pelos ativos de risco. Assim, um evento negativo deixa
de ser desprezível. Os mercados deveriam precificar esta questão com o passar
do tempo.
Posição
Externa - No que tange as posições externas, mantenho a visão de
fortalecimento do USD, short/underweight commodities
e short/underweight a parte intermediária da
curva de juros (bonds) norte americana. Entendo que uma potencial
reprecificação da curva de juros nos EUA possa vir a afetar o humor global a
risco pontualmente, mas existe um argumento coerente de que podemos estar
diante de uma rotação (rotation) de bonds para equities, o que pode vir a dar sustentação as
bolsas, especialmente nos países desenvolvidos. De qualquer maneira, com as
vols implícitas historicamente baixas no mercado de renda variável nos EUA
(VIX), me parece um bom risco/retorno comprar seguros relativamente baratos
para um horizonte de 2 a 3 meses.
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