Update

Em um dia de baixa liquidez nos mercados locais, devido aos feriados nos EUA e em parte da Europa, o destaque ficou para o noticiário local.

Após abrir sobre pressão, os mercados locais apresentaram uma melhora gradual ao longo do dia, encerrando a seção muito próximos aos melhores momentos desta segunda-feira. O governo parece ter optado por adotar uma postura de conciliação em relação a ausência de Levy no anuncio do contingenciamento na sexta-feira passada. Apesar de não negarem veementemente que o motivo de sua ausência foi uma discordância na qualidade e tamanho do ajuste, ouvimos declarações coerentes e alinhadas de Levy e, principalmente, de Aloísio Mercadante ao longo do dia. Nelson Barbosa, por outro lado, se ausentou de suas atribuições devido a problemas de saúde.

Não alterei minha visão descrita neste fórum desde o final de semana. Vejo o BRL buscando uma nova banda de atuação, saindo de 2,97-3,07 para 3,05-3,15. Os fundamentos locais e externos me parecem argumentos fortes o suficientes para esperar um câmbio mais depreciado no país. Do ponto de vista técnico, o mercado me parece muito mais “leve” hoje do que a cerca de 1-2 meses atrás.

No tocante ao mercado de renda fixa, ainda acredito que seja interessante carregar uma posição estruturalmente aplicada em juros, favorecendo os juros nominais aos juros reais, na parte intermediária da curva. A leve piora no cenário político interno, e o aumento da probabilidade de uma alta de juros nos EUA no segundo semestre deste ano, contudo, favorecem uma redução tática da posição. As inflações implícitas já apresentaram correções relevantes nas últimas semanas, mas ainda se encontram levemente abaixo de 6%, patamar muito superior ao centro da meta (4,5%).

No mercado de renda variável, espero um movimento de perda de correlação e diferenciação entre diferentes setores e empresas, com o quadro micro se mostrando extremamente importante na geração de alpha. Hoje, por exemplo, o setor financeiro foi a grande surpresa do dia, após uma correção rápida e acentuada com o aumento da CSLL anunciada pelo governo na semana passada, dando a entender que o preço das ações já haviam corrigido para os cerca de 5% a 105 de perda de lucros vislumbrada pelo mercado com o aumento do imposto.


Interessante observar a queda nas expectativas de longo-prazo na inflação medida pela pesquisa Focus, o que deve ser tornar um vetor adicional para confirmar que estamos próximos ao final deste ciclo de alta de juros no país.

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