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A quarta-feira foi de agenda movimentada, e um price-action um tanto quanto interessante nos ativos de risco. O mercado voltou a olhar o Brasil com “carinho”, com o terceiro dia de fluxos mais positivos para os ativos locais. No front externo, parece que ainda estamos no meio de um período de consolidação. As commodities, lideradas pelo Petróleo, tiveram um dia de forte alta, com o USD um pouco mais fraco ao redor do mundo. Os bonds norte americanos apresentaram fechamento de taxas, o que ajudou os ativos de renda fixa e câmbio dos países emergentes. A despeito da queda nas bolsas dos EUA, o dia foi majoritariamente positivo para as bolsas da Europa e dos países emergentes.

Ao que me parece, no começo de um novo trimestre, os investidores se apresentam para colocar o dinheiro para trabalhar. Por hora, as classes menos favorecidas neste começo de ano, estão atraindo as atenções e os fluxos do mercado neste começo de trimestre.

Brasil – Os mercados locais parecem ter se animado com o adiamento da votação do indexador da dívida de estados e municípios, aliados aos rumores de um contingenciamento da ordem de R$80b no orçamento e o anuncio de uma linha de crédito de US$3.5b de um banco chinês para a Petrobras. A dinâmica recente leva a crer que o preço dos ativos locais chegou a tal ponto, mais balanceado, e com a posição técnica favorável, que está começando a atrair investimentos para classe. A estabilização das relações entre o governo e sua base aliada, contudo, continua sendo um importante vetor para que está recuperação dos ativos locais se mostre mais duradoura.

A curva local de juros precifica hoje altas de 45bps+35bps+20bps+8bps nas próximas reuniões do Copom, mantendo um shape negativamente inclinado. A estabilização do BRL pode vir a ser um fator determinante para que o BCB encerre o atual ciclo de alta de juros.

O cenário macro, por sua vez, vem ratificando um cenário de crescimento desolador. A produção industrial de fevereiro apresentou queda de 0.9%, após revisão baixista da alta de janeiro. O HSBC Manufacturing PMI de março caiu de 49.6 para 46.2 pontos e a confiança do setor de serviços, medida pela FGV, apresentou queda de 12.1% em março, atingindo o menor patamar da série histórica.

EUA – Os números de atividade e emprego divulgados hoje mostram uma economia menos robusta neste primeiro trimestre, mas ainda em trajetória de recuperação do mercado de trabalho. O ADP Employment, último indicador antecedente para o Payroll, apresentou alta de 189k em março, patamar ainda saudável, porém menos robusto do que nos meses anteriores. O ISM Manufacturing saiu de 52.9 para 51.5 pontos em março, abaixo das expectativas de 52.5 pontos, e o menor nível desde de junho de 2013. Só teremos uma melhor sensação do real patamar de crescimento da economia no segundo trimestre do ano, quanto os efeitos pontuais do forte frio que assolou parte do país, e a greve nos portos na região oeste, se dissiparem. Não há dúvidas de que o crescimento neste começo de ano está mais fraco do que no passado recente, mas o quanto disso é pontual é que a grande questão do momento. Por hora, os trackings do PIB do 1Q estão rodando na faixa de 1%, mas com recuperação para próximo a 3% no segundo trimestre do ano.


A curva de juros americana precifica probabilidade menor do que 15% de uma alta de juros de 25bps em julho, com uma alta de 25bps precificada em torno de 70% para setembro, ou seja, o mercado já se mostra bastante dovish frente ao cenário de menor crescimento descrito acima.

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