Update
EUA
– A
reunião do FOMC esta semana será um dos destaques da agenda, juntamente com
alguns outros importantes indicadores de atividade. Eu
acredito que o Fed tenha um grande desafio de administrar as expectativas do
mercado, deixando viva a probabilidade de uma alta de juros ainda no segundo
semestre deste ano. Com o mercado já embutindo probabilidade baixíssima
de alta de juros no meio do ano, com uma probabilidade em torno de 60% de alta
de 25bps em setembro e apenas uma alta completa de 25bps ao longo de todo este
ano, do ponto de vista de administração de risco, o Fed não parece ter espaço ou
intensão de dar um sinal dovish.
Assim, espero que o Fed faça um “market-to-market”
do cenário, apontando para uma atividade mais fraca, porém uma inflação
estabilizando. Vale a pena chamar a atenção para o forte movimento de abertura
das inflações implícitas nos últimos dias (vide gráfico abaixo). Assim, acredito que o risco seja do mercado interpretar o
FOMC como um pouco mais hawkish do
que os preços sugerem hoje. Que fique claro que não espero um comitê hawkish “per se” mas uma interpretação hawkish
vis-a-vis os preços de mercado.
Brasil
– Além
de um movimento global de USD fraco contra as moedas EM nos últimos dias, após
mais uma sequencia de dados fracos nos EUA, o mercado
local de câmbio continua extremamente técnico. Com os investidores ainda
bastante comprados em USDBRL, a melhora da percepção de risco país (balanço de
Petro, alguns avanços no campo fiscal e etc), aliado ao movimento global do
USD, acabou favorecendo uma forte apreciação do BRL.
Ainda vejo a
depreciação do câmbio como um movimento natural de ajuste economico, mas parece
claro que o mercado ficou excessivamente negativo com Brasil nos últimos meses.
Em termos técnicos, contudo, o próximo ponto gráfico/técnico importante seria o
2,85 (média móvel de 100 dias) e o 2,80 (base do canal de alta). O 2,90 é um
nível psicologico importante. Como tenho insistido nos
últimos dias, acredito que o BRL esteja em um
período de consolidação, mas abaixo de 3.00 a assimetria na compra do USDBRL
volta a ficar atrativa. Como é difícil saber até onde este movimento pode
atingir (2.85/2.90/2.95 !?!), me parece prudente montar a posição em etapas.
Puxado pela apreciação
cambial, o mercado de juros teve o primeiro dia de fechamento de taxas e steepning da curva após um forte
movimento de abertura de taxas e flattening.
A curva ainda precifica altas de 50bps+35bps+20bps+5bps, o que me parece
excessivo para um fim de ciclo. Continuo vendo valor na
parte curta e intermediária da curva nominal de juros. A curva real
parece hoje mais alinhada com um discurso mais duro do BCB, mas com inflações
implícitas ainda muito acima da meta de 4.5% para os próximos anos.
Grécia
– Hoje
tivemos os primeiros sinais de avanços nas negociações entre a Grécia e seus
credores. O ministro das finanças parece ter perdido poder, o que pode abrir
caminho para um acordo nas próximas semanas.
Commodities
– Interessante
notar a dinâmica das commodities hoje, com forte alta dos metais preciosos. Ao
que me parece, a possibilidade de medidas não convencionais na China está sendo um vetor determinante
neste movimento. Forte alta nas bolsas locais, depreciação cambial e, agora,
alta dos metais preciosos, em um movimento clássico também verificado quando os
EUA, Europa e Japão anunciaram medida agressivas de expansão monetária.
EUA 5ys5yrs Breakeven:
BRL:
China
Composite:
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