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Os ativos de risco tiveram mais um dia de dinâmica, no minimo, curiosa. O USD ficou fraco contra G10, mas forte contra EM (ex-BRL). As bolsas norte americanas tiveram um dia de alta, apresentando desempenho relativo mais positivo do que as bolsas da Europa O fechamento de taxa de juros nos EUA, após mais uma sequencia de dados fracos de atividade, parece ter ajudado os ativos do país, enquanto os ruídos na Grécia continuam pressionando os ativos da região.

Na agenda, destaque para o Durable Goods Orders nos EUA e para os dados de crédito no Brasil amanhã. A situação na Grécia e na China precisam ser monitoradas de perto.

No Brasil, a divulgação do balanço da Petrobras ajudou o humor da bolsa e do BRL, a despeito da curva de 
juros ainda mostrar certa resiliencia de taxa frente a um discurso mais duro do BCB nos últimos dias. Como comentei mais cedo, a Petrobras anunciou seus resultados ontem à noite. A divulgação do balanço, sem grandes ressalvas, no mínimo, do ponto de vista macroeconômico, retira um risco de curto-prazo, abrindo espaço para uma janela de captações soberana e corporativa, em um nicho de mercado que estava totalmente fechado. Além disso, reduz substancialmente o risco de uma aceleração do pagamento de dívida e/ou de um “evento de default” por parte da companhia. Do ponto de vista micro, tenho pouco a acrescente. A empresa continua extremamente endividada, apresentou forte prejuízo em 2014 e irá ter enormes desafios do ponto de vista de capitalização de recursos e desinvestimento. A salvação para a empresa seria uma alta mais sustentada no preço internacional do petróleo. De toda maneira, as ações da companhia já havia antecipado bastante a divulgação deste balanço e a redução dos riscos de cauda, especialmente do ponto de vista macro. A interpretação do mercado foi simplesmente de redução dos riscos de cauda, especialmente do ponto de vista macroeconômico. A Petrobras deixou de ser um risco macro para voltar a ser um desafio micro.

Após os recentes discursos do BCB, o mercado precifica altas de 50bps+35bps+20bps nas próximas reuniões do Copom. Uma decisão diferente de uma alta de 50bps na próxima reunião parece impensável neste momento. A despeito de eu ainda ver o BCB próximo do fim do ciclo de ajuste de juros, entendo a interpretação do mercado. Dado o aparente conforto de Tombini e Cia. com esta interpretação, parece que realmente a intesão era de sinalizar uma postura mais dura no tocante a política monetária no curto-prazo. Ainda vejo um cenário em que o BCB busque encerrar o ciclo de alta de juros em breve (cenário base de 50bps+25bps), e manter um discurso sinalizando a manutenção de taxas elevadas por um período mais longo de tempo. A curva segue bastante inclinada negativamente, nos niveis mais baixos dos últimos meses.

Acredito que o BRL esteja em um período de consolidação, mas abaixo de 3.00 a assimetria na compra do USDBRL volta a ficar atrativa. Como é dificil saber até onde este movimento pode atingir (2.90/2.95 !?!), me parece prudente montar a posição em etapas.

Brasil – O CAGED apresentou alta de 19 mil postos de trabalho em março, acima das expectativas de queda de 20 mil. Desazonalizado, contudo, o número continua mostrando queda em torno de 30 a 40 mil postos. O mercado de trabalho parece no meio de um longo e gradual período de desaceleração, processo que deve durar, pelo menos, até o final deste ano.


EUA – O Jobless Claims ficou estável em 295k, nível acima das expectativas de 287k. O indicador, contudo, continua em patamar consistente com um mercado de trabalho criando cerca de 200 mil postos de trabalho por mês. O New Home Sales, contudo, apresentou queda de 11.4% MoM em março, abaixo das expectativas de queda de 4.5% e dando um sinal antagônico aquele mostrado pelo Existing Home Sales divulgado ontem. A economia americana ainda não mostra sinais claros de recuperação no final do primeiro trimestre, o que deve ajudar o Fed a adiar o começo do processo de alta de juros. A reunião do FOMC de setembro não pode ser descartada, mas a de junho está totalmente fora da agenda.

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