PMIs em Foco
O destaque da noite ficou por conta da divulgação dos flash PMI na China e na Europa, ambos apresentando queda em relação ao mês anterior, abaixo das expectativas do mercado.
Na China, o HSBC Flah PMI saiu de 49.6 para 49.2 pontos em abril, abaixo das expectativas de 49.6 pontos. Os principais sub-indices do indicador, o New Orders e o Production apresentaram quedas no mês. Após o agressivo corte de compulsório bancário anunciado no final de semana, já era de se esperar que o crescimento de curto-prazo continuasse a dar sinais de fragilidade. O PBoC costuma ser reativo no tocante a política monetária, fiscal e creditícia, tentando antecipar números fracos com medidas de estímulo. Como comentei no final de semana, vejo como cenário base um crescimento estrutural mais baixo da economia de agora em diante, com os 7% de PIB se tornando um teto de crescimento, e não mais um piso. Nos últimos meses, o governo vem sendo mais proativo e agressivo na condução da política monetária local, sem que tenha sido bem sucedido, até o momento. A economia não dáeu nenhum sinal de sustentação, mesmo após uma série de medidas, pontuais e localizadas, de suporte ao crescimento. Não podemos descartar um cenário em que o mercado passe a duvidar do modelo de crescimento chinês, duvidando que as mesmas medidas utilizadas no passado recente (corte de juros, corte de compulsórios, aumento das concessões de crédito e etc) sejam capazes de estabilizar o crescimento. Neste ambiente, poderíamos ter rodadas mais negativas para os mercados globais. Este não é meu cenário base, mas um cenário alternativo que precisa ser monitorado.
Na Europa, o PMI Services saiu de 54,2 para 53,7 pontos, com o PMI Manufacturing passando de 52,2 para 51,9 pontos. Assim, o PMI Composite caiu marginalmente, de 54,0 para 53,5 pontos. A despeito da queda do indicador no mês, o PMI continua em patamar consistente com um crescimento saudável da economia da região (em torno de 0.4%-0.5% QoQ).
No Brasil, em uma derrota do Governo, “A Câmara aprovou nesta quarta (22) alterações ao projeto que regulamenta a terceirização no país, mas sem alterar os pontos essenciais da proposta. Foi mantida, por exemplo, a ampliação da contratação de prestadores de serviços para todas as atividades das empresas privadas, contrariando o governo e a Justiça do Trabalho. O texto irá ao Senado, que deve tentar restringir o alcance da terceirização. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse antes da votação que a regulamentação não pode ser "ampla, geral e irrestrita". Se houver mudança no Senado, a proposta volta para a Câmara... A Fazenda queria a retenção de INSS de 11% ou 5,5% do faturamento para a maioria das empresas, o que provocaria aumento de carga tributária, segundo o relator do projeto, Arthur Maia (SD-BA). Os deputados fixaram o valor em 20% da folha de pagamento, como já é hoje para essas companhias. O ministro Joaquim Levy (Fazenda) foi até o Congresso negociar a aprovação da retenção sobre faturamento, mas não teve sucesso.”. Além disso, os caminhoneiros estão voltando a ameaçar o governo, prometendo uma nova greve com início hoje.
A agenda do dia traz Jobless Claims e Flash PMI nos EUA, com os dados do CAGED no Brasil como destaque.
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