Dados de emprego nos EUA e Grécia em destaque

EUA - Em um dia de feriado ao redor do mundo, todas as atenções estarão voltadas para os dados de emprego de março nos EUA, que podem ser fundamentais para a dinâmica de curto-prazo dos ativos de risco. Com o mercado precificando apenas uma alta integral de 25bps ao longo deste ano, com menos de 15% de probabilidade de alta de 25bps em junho, e cerca de 70% de probabilidade de alta em setembro, o risco ficará por conta de uma expressiva recuperação da economia norte americana, ou um número de emprego forte hoje, que acabe gerando uma nova onda de reprecificação da curva local de juros, levando novo ímpeto altista para o USD e maior pressão sobre EM. Um número mais baixo, contudo, pode acabar acelerando a tendência de recuperação dessas classes de ativo.

Brasil – Os jornais locais estão dando algum destaque a recente queda de popularidade de Dilma nas últimas pesquisas divulgadas. Não parece que este tipo de cenário venha a afentar os mercados financeiros locais, a não ser que a baixíssima popularidade, aliada a recessão econômica e as investigações da Lava-Jato venha a se desenvolver em um cenário de impeachment, o que hoje não parece ser o caso. Segundo a Folha: Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vai segurar os projetos aprovados em comissões da Câmara que criam novos gastos para o governo. A ideia é não levá-los a votação a plenário por enquanto. Já de acordo com o Correio Braziliense: Apesar do alívio com os resultados dos mercados na semana — o dólar caiu 3,4% e a Bovespa subiu 6% —, o governo não quer que os preços da moeda norte-americana recuem demais. Cotações próximas de R$ 3,20 são vistas como cruciais para reduzir o rombo nas contas externas, que se mantém acima de 4% do Produto Interno Bruto (PIB).

Europa – De acordo com o jornal Alemão Der Spiegel, o FMI mandou seu corpo técnico retornar da Grécia devido a alguns impasses das negocições entre o país e seis credores. Acredito que este tipo de postura faça parte do longo e tortuoso processo político de negociações. Ainda vejo um acordo como o cenário base, mas é evidente que tem se elevado os risco de um potencial “evento de cauda” na região, com um default grego e consequente saída do país da União Européia. A situação econômica do país vem apresentando um deterioração galopante nas últimas semanas, o que coloca o país em uma posição extremamente delicada. Apenas um acordo amigável entre a Grécia e seus credores, para que o país continue recebendo um fluxo financeiro suficiente para arcar com seus compromissos, será capaz de evitar um cenário muito mais catastrófico ao país. O cenário base continua sendo de que um acordo será encontrado, mas o risco, mesmo que baixo, da ausência de uma solução, pode trazer consequências devastadoras a Grécia e, consequentemente, a toda a Europa. Assim, podemos esperar um período de maior incerteza e volatilidade nos próximos dias para os ativos da Europa.

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