Update
A quarta-feira
pode ser caracterizada simplesmente por um “risk-on”
generalizado. Após mais uma rodada de dados econômicos fracos nos EUA e na
China, e com Draghi ratificando sua política monetária agressiva, sem perspectiva
de encerramento prematuro do QE, prevaleceu a perspectiva de uma liquidez
global ainda abundante por um período de tempo mais prolongado do que imaginado
anteriormente, favorecendo os ativos de risco. Em especial, observamos uma
forte alta no preço do Petróleo (que puxou as demais commodities), um movimento
de enfraquecimento do USD e uma alta nas bolsas globais. Ainda vejo este
movimento como pontual e localizado, uma janela mais positiva que foi aberta ao
mercado, mas que não deveria ter vida longa, apesar de poder durar alguns
dias/semanas. Os temas recentes devem, a medida que o tempo passa, voltar a
tona, como a recuperação da economia norte americana, um crescimento
estruturalmente mais fraco na China, e enormes desafios a serem superados pelos
mercados emergentes.
Brasil – o IBC-Br
ficou acima das expectativas. Os ruídos políticos dos jornais de hoje foram
literalmente ignorados, com a perspectiva de impeachment de Dilma ganhando
corpo, pelo menos ganhando apoio de uma oposição cada vez mais atuante. Os
ativos locais tiveram mais um dia de outperformance, “descomprimindo” uma posição
técnica ainda extremamente negativa. Com o câmbio abaixo de 3.05, crescem as
chances do BCB reduzir o ritmo do ciclo de alta de juros, o que já vem sendo devidamente
discutido e precificado pelo mercado. A curva mostra hoje altas de
43bps+26bps+13bps. Se a reunião fosse hoje, acredito que o BCB iria optar por
uma alta de 25bps, mantendo um discurso ainda duro/cauteloso.
EUA – Os dados de
crescimento, especialmente aqueles ligados ao setor manufatureiro, continuam mostrando
um crescimento baixo neste inicio de ano, ainda sem nenhum sinal de recuperação
A despeito deste ambiente, o beige Book ainda aponta para uma economia saudável.
O Fed não deve ter pressa para iniciar um processo de ajuste de juros, o que já
está bem precificado na curva local, que mostra apenas uma alta de 25bps em
torno de outubro e pouco mais de 25bps de alta ao longo deste ano.
Europa – Draghi não
trouxe grandes novidades ao cenário, exceto por afastar o risco do fim do QE
prematuramente, assim como eliminar as chances de novos cortes de juros. A
situação na Grécia segue delicada e sem nenhum tipo de solução de curto-prazo,
mas os ativos de risco seguem vendo um default
como um risco de cauda.
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