Sugestões de Alocação/Portfólio Internacional:


Ontem escrevi um pouco sobre alocações de portfólio em Brasil e prometi que faria o mesmo para os portfólios internacionais (vide aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/04/sugestoes-de-alocacaoportfolio.html).

Então, aqui vai uma breve análise (superficial) de portfólio e de cenário.

De maneira geral, acredito que estamos em uma fase avançada do ciclo econômico. Neste momento, é difícil de dizer se estamos no estágio final, ou ainda teremos alguns meses de tranquilidade.

Certamente a mudança de postura por parte dos bancos centrais deu um tempo adicional à economia global, mas acho difícil que seja suficiente para alterar o pano de fundo de um ciclo econômico já avançado.

Nesta fase, se estivermos corretos, os dados econômicos costumam ser erráticos e dificilmente mostram uma clareza de cenário. É exatamente isso que começamos a observar ao redor do mundo.

Neste ambiente, estou favorecendo um portfólio mais defensivo (obviamente que o perfil do cliente, seja conservador, moderado ou agressivo, precisa ser respeitado), com maiores alocações em Renda Fixa em detrimento a Renda Variável. Além disso, alguns “Fatores” mais defensivos como Quality, Value e Carry precisam ser priorizados em relação a Momentum, Volatility e Growth.

Abaixo, segue essa visão de forma mais resumida:

- Acima da média em Caixa.
- Acima da média em Renda Fixa.
- Acima da média em Alternatives.
- Abaixo da média em Renda Variável.

Vamos a cada um deles:

Caixa: Manter flexibilidade em ativos líquidos. Isso pode ser feito através de ETFs baratos, líquidos, com “alpha” e pouco “beta”. Favorecendo títulos públicos de duration baixa/curta e nos EUA. Existem alguns fundos ativos de duration curta que também podem fazer sentido.

Renda Fixa: Um misto de Emerging Market Bonds, Aggregate Bonds, High Yields (HY), e Investment Grade (IG). Fugiria um pouco de classes mais agressivas e voltadas para o crescimento, como Convertibles, alguns MBS e ABS mais High Yields e Bank Loans.

Acho interessante ter alguma duration mais longa em EUA, mesmo na classe soberana, dado o cenário central de final de ciclo econômico descrito acima. Isso também vale para algumas oportunidades em países emergentes. Na Europa, isso não faz tanto sentindo nos atuais níveis de taxa.

Aqui, é muito importante à escolha de gestores que irão priorizar portfólios mais conservadores, focados em balanços de empresas ou países com maior previsibilidade de receitas e fluxos, além de baixa alavancagem, dada nosso cenário econômico descrito no início do texto.

Alternatives: Buscar gestores que apresentam pouco “beta” ao mercado e mais “alpha”. Gestores que tenham uma volatilidade mais alta porém um cenário mais alinhado com um fim de ciclo econômico e/ou gestores de nichos de mercado que apresentem consistência de retornos ao longo do tempo mas não necessariamente muito dependentes da direção dos ativos de risco.

Renda Variável: Priorizar Value, Quality e Carry em detrimento a Size, Momentum, Volatility e Growth. Um portfólio diversificado é importante. Assim como lembrar que os melhores “fatores” ou gestores dos últimos anos não serão necessariamente os melhores dos próximos anos.
Momentum e Growth foram grandes destaques desde a crise de 2008. Eles podem (e devem) fazer parte dos portfólios, mas não precisam ser as únicas e nem mesmo as maiores alocações. Algumas oportunidades em países e setores emergentes podem ser interessantes.

Aqui, um mix de ETFs passivos com gestores ativos podem fazer bastante sentido.


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