Core CPI, FOMC, ECB e Inflação no Brasil.
O dia
foi de agenda externa agitada, mas que apenas confirmou o cenário de relativa
tranquilidade para o curto-prazo. Continuo vendo restrições de preço e valuations para a continuidade do
movimento de apreciação dos ativos de risco, e favorecendo ativos do Brasil e
hedges internacionais. O mercado deverá buscar ativos de “carry” e “yield”, mas
o momento é oportuno para buscar-se hedges/proteções..
Nos EUA, o Core CPI apresentou alta de 0,1%
MoM em março, abaixo das expectativas. O número confirma a ausência de pressões
inflacionárias mais acentuadas (para não dizer a ausência completa de pressões
preocupantes).
Nesta linha,
as Minutas do FOMC mostraram um Comitê confortável em manter a política
monetária inalterada no horizonte relevante de tempo, dado a enorme incerteza
do cenário.
Na Europa, o ECB manteve sua política
monetária inalterada e Draghi reafirmou sua postura de “fazer o que for preciso”
e “utilizar todos os instrumentos possíveis” para manter a economia em uma rota
saudável.
Estes eventos
dão suporte aos ativos de risco no curto-prazo, ajudam a dar alívio as
condições financeiras e, consequentemente, devem dar algum ímpeto ao
crescimento. Por ora, não tenho certeza que este ímpeto será mais estrutural ou
apenas pontual. O risco ainda reside na possibilidade de estarmos diante do
estágio final do ciclo econômico e a estabilização do crescimento global ser
apenas pontual (2 a 3 meses, no máximo).
Agora a
noite, a União Europeia estendeu o Brexit
até outubro. O cenário continua incerto e quanto mais tempo perdurar o processo,
mas a economia da Inglaterra irá sofrer.
No Brasil, o IPCA de março ficou acima das expectativas, com alta de
0,75% e 4,58% nos últimos 12 meses. A despeito da inflação mais pressionado
(para cima) no curto-prazo, sua abertura mostra que questões pontuais, como
Alimentação, explicam grande parte da diferença em relação as expectativas.
O número de hoje não altera o
cenário para política monetária. Vejo a Taxa Selic estável no horizonte
relevante de tempo. A inflação mais elevada, contudo, deveria ajudar a afastar
a pressão do mercado para novas quedas da Taxa Selic, pelo menos no
curto-prazo.
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