China supera as expectativas, Petrobrás sai do “olho do furacão” e Reforma da Previdência tenta avançar aos trancos e barrancos.
Os
ativos de risco tiveram uma terça-feira mista. Nesta manhã, estão abrindo em
tom mais otimista, após a divulgação de dados econômicos mais positivos na China. O destaque fica por conta de um
dólar mais fraco no mundo, já que a bolsas apresentam altas apenas incipientes.
As commodities sobem e as taxas de juros no mundo desenvolvido apresentam
abertura de taxas.
Ontem,
nos EUA, a produção industrial de
março ficou abaixo das expectativas, confirmando uma desaceleração da economia
do país. O nível de crescimento ainda pode ser considerado saudável, mas fica
cada vez mais claro que estamos em um momento de arrefecimento do crescimento americano,
a despeito de dados de emprego ainda bastante robustos.
No tocante
a temporada de resultados corporativos, por ora, e na média, temos vistos
reações mais negativas das ações às divulgações de resultados. Ontem vimos isso
com a BofA e, no final do dia, com Netflix, apenas para citar dois nomes mais
conhecidos. O mercado já espera uma queda de lucros e o mercado parece
precificado para a perfeição. Isso tem atuado como uma restrição para a
continuidade da tendência de alta da bolsa americana, mas ainda não há um
efeito maior que tenha atuado para reverter a alta verificada este ano.
Na China, os dados de março apresentaram forte recuperação. Parte disso
era esperado e parte disso ainda pode estar sendo fruto das distorções do Ano
Novo Lunar. A conclusão, contudo, deve ser positiva. As medidas implementadas
desde o segundo semestre de 2018 começam a fazer efeito e a economia mostra
reação. O próprio PIB apresentou alta de 6,4% YoY no período, muito acima das
expectativas. O mercado pode até mesmo questionar os números, mas é o que temos
e são positivos. Contudo, parte disso já podia estar precificado, pela reação
de curto-prazo dos ativos de risco, relativamente tímidas (exceto pelas commodities
e pelo dólar mais fraco).
Pode ser que com esta recuperação
o governo opte por evitar medidas adicionais de estímulo e trabalhar apenas
para estabilizar a economia nos atuais níveis. Eventualmente, os policy makers podem começar um processo
de retirada gradual de estímulos visando reduzir a volatilidade do crescimento
e não mirar uma recuperação ainda mais acentuada - as custas de mais alavancagem.
Está tem sido a dinâmica dos últimos ano, de “stop-and-go” das políticas
fiscal, monetária e creditícia em relação ao crescimento.
No Brasil, a despeito de todos os ruídos, a questão da Petrobrás parece ter sido endereçada,
com o governo mantendo a independência de preços, porém utilizando outras
diretrizes para sanar os anseios da sociedade (ou de grupos da sociedade, como os
caminhoneiros) Do ponto de vista do mercado, deve ser lida como uma postura
acertada (não é intuito deste fórum comentar opiniões pessoais ou avaliações de
governo).
Em relação a Reforma da Previdência, aos trancos e barrancos, as discussões na
CCJ avançaram. Existe uma chance, mesmo que ainda pequena, de aprovação do
texto hoje. O mais provável é que seja na semana que vem. Como sempre foi
verdade no Brasil, a oposição tenta barrar o processo e “falar mais alto”. Será
assim nos próximos anos e precisamos nos acostumar com isso. É bem verdade que
ainda não existe uma organização ideal deste governo no Congresso. Isso precisa
avançar. Contudo, caso passe na CCJ, será um primeiro passo importante.
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