Brasil anima, mas Argentina e Europa trazem preocupação.


O dia está se iniciando com um movimento levemente negativo dos ativos de risco. Ontem foi um dia de pequena realização dos mercados globais, mas com bom desempenho dos ativos no Brasil.

Queria falar hoje sobre 3 tópicos: Brasil, Argentina e Europa.

Brasil:

Sem dúvida alguma o foco do mercado permanece na agenda da Reforma da Previdência. A vitória na CCJ (esperada) e a instalação da Comissão Especial na Câmara foram bem recebidas pelo mercado após um longo período de desgaste. A tentativa de aproximação de Bolsonaro com o Congresso e com Rodrigo Maia ajudou a distensionar a situação.

No cenário econômico, vejo poucas mudanças relevantes: O IPCA15 ficou levemente acima das expectativas em abril, mas muito em função de questões pontuais. Os núcleos continuam contidos, assim como serviços e difusão. Não altera o cenário de Taxa Selic estável no horizonte relevante de tempo. Teremos alguns vetores, em direções opostas, tais como a questão Suína na China (altista para alimentação) e a melhora nos reservatórios (baixistas para energia), que devem levar a expectativa do IPCA para em torno de 4% este ano, ainda um patamar baixo.

As contas externas seguem mostrando um déficit em conta corrente baixo, financiado facilmente por investimentos estrangeiros diretos, a despeito da continuidade do fluxo negativo da conta financeiras (capital). Os indicadores de crescimento continuam surpreendendo negativamente, desta vez com um arrefecimento dos números de confiança.

Argentina:

Situação do país é catastrófica há poucos meses da eleição. As pesquisas mostram perda de terreno de Macri, em um ambiente de recessão, inflação elevada reservas baixas e alto endividamento externo. A “nova” política de congelamento de preços é um caminho em direção o caos econômico. Todo este pano de fundo prejudica o crescimento da indústria do país e pode vir a gerar contágio financeiro (mesmo que pequeno) para o Brasil.

Europa:

A região não mostra sinais de estabilização do crescimento. Os Policy Makers sinalizam a intenção de atuar, mas o mercado questiona o real poder de manobra, ou “poder de fogo” dos instrumentos disponíveis atualmente. Há risco de contágio via setor financeiros e há ruídos políticos locais (como as eleições na Espanha este final de semana) que podem acelerar o movimento de deterioração econômica e financeira.


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