Avanços políticos no Brasil e foco nos dados de emprego dos EUA.
Os
ativos de risco tiveram ontem um dia sem movimentos relevantes ou acentuados. A
tendência permanece esta manhã, um dia de feriado na China. O destaque da agenda
ficará para a divulgação dos dados de mercado de trabalho nos EUA (comento em
breve).
No Brasil, a quinta-feira foi de forte
alta da bolsa, leve queda do dólar e fechamento das taxas de juros. O mercado
reagiu bem ao encontro do Presidente Bolsonaro com alguns lideres partidários. Acredito
que o Executivo esteja atuando para abaixar a temperatura política do país e
construir pontes para a aprovação da Reforma da Previdência. O governo está em
uma curva de aprendizado e as atuações recentes precisam ser vistas com bons olhos
e de maneira positiva para os ativos locais (vide aqui: https://www.valor.com.br/politica/6198761/por-reforma-bolsonaro-busca-dialogo
e aqui https://www.valor.com.br/politica/6198739/bolsonaro-se-transforma).
A XP Investimentos divulgou agora
a pouco sua pesquisa de opinião junto a população. Os destaques são:
A sexta pesquisa da
série XP Ipespe mostra pelo segundo mês seguido tendência descendente na
percepção da população em relação ao governo Jair Bolsonaro. Perto de completar o marco de 100 dias de gestão,
oscilou (dentro da margem de erro) de 37% para 35% o percentual dos entrevistados
que consideram o governo bom ou ótimo. Enquanto, os que consideram a
administração ruim ou péssima subiram de 24% para 26%. Ficaram mantidos os
mesmos 32% que no mês passado avaliavam o governo como regular.
Foi identificada
também queda de quatro pontos percentuais (de 54% para 50%) no grupo que espera
que o restante do mandato de Bolsonaro seja ótimo e bom. Os entrevistados com
expectativa de que o resto de mandato seja ruim ou péssimo saíram de 20% para
23%.
Acredito que essa queda de
percepção positiva seja natural (porém não saudável) para um governo que foi
eleito sob fortes expectativas positivas. Os primeiros três meses de governo,
com todas as suas deficiências, contribuíram para a piora da opinião pública.
Na minha opinião, já está em curso uma nova postura e uma curva de aprendizado
que deveria ajudar a melhorar essa situação. De qualquer maneira, é um ponto de
atenção que deveremos ter cuidado nos próximos meses.
Voltando a batalha da oposição na
CCJ, quero lembrar como no governo FHC víamos uma oposição ferrenha, organizada
e barulhenta, que trouxe muitos obstáculos ao governo na época, mas que foram
superadas ao longo do tempo.
No
cenário internacional, todas as atenções estarão voltadas para os dados de
emprego de março nos EUA. Uma
criação de vagas de trabalho (Payroll) ideal para os ativos de risco é em torno
de 150-200 mil vagas no mês. Números muito abaixo deste valor devem ser vistos
como negativos, pois crescerá o receio em torno de uma desaceleração mais
acentuada da economia dos EUA. Números acima deste valor podem trazer de volta
a tona a possibilidade de pressões inflacionárias e a necessidade de novas
altas de juros.
Será
importante analisar também a combinação da criação de vagas de trabalho e os
rendimentos médios reais. Números que mostrem desaceleração do emprego, mas
pressão altistas de salário podem ser o pior dos mundos para os ativos de risco.
Números de criação moderadas de emprego e sem pressões de inflação levarão o
cenário de “Goldilocks” e o “interregno benigno” a serem estendidos por mais
tempo.
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