Cenário ambíguo nos EUA e negativo na Europa. No Brasil, política domina e Petrobrás se recupera.
O dia
trouxe informações relevantes para o cenário. Comentamos sobre os dados mais
negativos de Europa na parte da manhã (aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/04/nova-desaceleracao-da-europa-argentina.html).
Nos EUA, vimos uma recuperação das vendas no varejo e números de
emprego extremamente robustos (Jobless Claims). Contudo, observamos um
arrefecimento do Flash PMI, especialmente no setor de serviços. Se mantendo,
contudo, em patamar ainda saudável.
Confesso que os números tornam a
leitura do cenário extremamente complicada, especialmente no tocante ao impacto
nos ativos de risco. Vimos um movimento, de certa forma esperado, e queda do
EUR e fechamento de taxas de juros no núcleo da Europa, mas o impacto sobre os
ativos de risco como um todo, na minha visão, no curto-prazo, é de difícil leitura
para o cenário dos EUA.
Por ora, o mercado segue lendo o
cenário como “Goldilocks”, ou seja, crescimento mais brando, porém ainda saudável,
sem inflação e com os bancos centrais menos restritivos. Este costuma ser um
ambiente favorável aos ativos de risco de uma forma geral. Já estão chamando a
economia dos EUA de “2-2-2” devido ao crescimento de 2%, inflação de 2% e juros
de 2%.
Enquanto perdurar este ambiente,
fica difícil de vislumbrar uma mudança de dinâmica, mesmo que os preços e valuations se mostrem menos atrativos. O
risco continua por conta de uma desaceleração maior em alguma região do mundo
(Europa seria o canal mais óbvio, seguido de China e EUA por último). A temporada
de resultados ainda pode ser um risco de curto-prazo e o acordo comercial entre
China e EUA. Estes são riscos, não cenários centrais neste momento.
Vou poupar o leitor de comentar
todas as idas e vindas do cenário político no Brasil. O dia foi de bom
desempenho dos ativos locais, após o ruído em torno da Petrobrás ter ficado
para trás. O foco continuará na Reforma da Previdência. Sigo acreditando (ou esperançoso)
de que uma Reforma suficiente para o curto-prazo poderá ser aprovada, mas será um
longo e tortuoso caminho.
No começo da semana comentei a
respeito da possibilidade de recuperação das ações da Petrobrás, algo que de
certa forma já ocorreu. A partir e agora outras variáveis precisarão ser
observadas para a continuidade, ou não, deste movimento (vide aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/04/petrobras.html).
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