Sai Petro, entra Previdência.
A quarta-feira
foi de realização de lucros, no mercado local e externo.
No Brasil, a despeito do ruído envolvendo
a Petrobrás ter sido definitivamente equacionado – com o anúncio do aumento do
diesel no começo da noite – o que foi refletido no bom desempenho das ações da
empresa se comparada ao Ibovespa, os problemas envolvendo a Reforma da
Previdência deram o tom do dia, ajudado pela leve piora das bolsas globais.
A
votação na CCJ foi adiada para a semana que vem. Ainda falta articulação
política por parte do governo e organização, o que tem tornado o processo um
pouco disfuncional. Acredito que teremos que conviver com este tipo de
incerteza. Os ativos locais devem permanecer sem direção e tendência definida
até que uma solução palatável, ou avanço concreto, seja atingido.
No
cenário internacional, a temporada de resultados corporativos nos EUA mostra um cenário de acomodação dos
lucros, o que pode se colocar como uma restrição a continuidade do processo de
apreciação das bolsas locais nos atuais níveis de preço e valuations.
O WSJ
divulgou novo artigo em que crava o avanço das negociações comerciais entre EUA
e China.
Estamos
ainda em um “interregno benigno” no cenário macro global, em que o crescimento
mostra sinais de estabilização/recuperação, com inflação contida e bancos centrais
acomodatícios. Contudo, parte deste cenário já vinha sendo precificado desde a
virada do ano. Isso pode se colocar como uma restrição a apreciações adicionais
dos ativos de risco.
Por
ora, não vejo mudança de tendência (positiva/construtiva) na ausência de novidades
no cenário (resultados corporativos muito mais negativos, nova rodada de
desaceleração do crescimento, ausência de acordo entre EUA e China, ou outro
risco não mapeado). Todavia, o risco/retorno dos ativos de risco me parece
pouco atrativos no mundo. Assim, continuo recomendando portfólios balanceados, mais
conservadores e/ou com hedges relevantes na carteira.
No
Brasil, ainda acredito que estamos no meio de uma mudança estrutural
importante, mas que o processo não será linear. Muito pelo contrário, será
longo e tortuoso. Poderemos conviver com juros mais baixos por mais tempo e os
investidores precisarão se acostumar a isso. Isso é um processo longo, porém já
perceptível. A busca por ativos de maior “risco” e uma carteira cada vez mais
distante do “bom e velho” CDI ainda tem uma longa jornada pela frente.
Comentários
Postar um comentário