Desaceleração na China, Inflação na Europa, Imposto no Brasil e Posição Técnica.

O destaque da noite ficou por conta de uma leve desaceleração dos PMIs na China. O PMI Manufacturing passou de 51,7 para 51,4 em julho, levemente abaixo das expectativas de 51,5 pontos. O número mostra uma economia ainda saudável, porém com sinais marginais de arrefecimento. Acredito que o dado de hoje pouca altera o cenário econômico global. Uma desaceleração da economia chinesa já era de certa forma esperada, após a sequencia de medidas adotadas no país visando administrar a liquidez e evitar os excessos e a evolução de “bolhas” em setores e mercados específicos.
Na Europa, o CPI de julho ficou dentro das expectativas do mercado, mas com o Core CPI levemente acima das expectativas. Na semana passada, os números de algumas importantes economias da região já haviam apontando nesta direção. Comentei, naquela ocasião, que: Na minha visão o destaque do dia ficou por conta dos dados econômicos na Europa. Além dos dados de PIB robustos, já comentados neste fórum mais cedo, os números de inflação de importantes economias da região, como a Alemanha, apresentaram surpresa positiva. Ainda é cedo para “cantar vitória” no tema inflacionário, mas o simples avanço dos indicadores de preço, mesmo que de forma gradual, mantém vivo o cenário de “Reflation”.
No Brasil, com a volta do recesso parlamentar, a mídia retornou o debate em torno da denuncia contra Temer, além de manter um foco na possibilidade de revisão da meta fiscal deste ano. Comentei um pouco sobre isso no sábado. Não vejo alterações em torno destes temas. Comentários adicionais podem ser vistos aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/.
Adicionaria, apenas, uma matéria da Folha de São Paulo em que fala sobre a possibilidade do aumento do imposto sobre lucro. Segundo o artigo: O objetivo é aproveitar os tempos difíceis para melhorar a eficiência do sistema tributário, torná-lo menos injusto e elevar a arrecadação. O tema também ganha relevo na medida em que consegue romper resistências que se mostram mais fortes nas discussões que envolvem outros tributos sobre a renda, como heranças ou fortunas. No Brasil, o lucro é tributado apenas quando é gerado. As empresas pagam uma alíquota total de 34% sobre ele, e o restante, se for distribuído na forma de dividendos, é isento de imposto. Em outros países, a tributação é dividida: as empresas recolhem parte do imposto e a outra parte quem recolhe é o indivíduo que recebe o lucro na forma de dividendos. Na OCDE, órgão que reúne 35 países, só a Estônia não tributa o lucro embolsado por indivíduos. A alíquota média do imposto sobre o lucro é de 24% nas empresas e 24% no dividendo, mas a tendência é elevar a tributação de indivíduos e reduzir a das empresas.
A despeito dos sinais de que os mercados financeiros globais estão excessivamente lenientes, alguns analistas mostraram, em artigos este final de semana, que esta impressão pode estar errada.
Segundo o Morgan Stanley: Some indicators suggest that market participants are not relentlessly bullish: NASDAQ has weakened over the past several days; weekly Fed data suggest primary dealers increased their bill holdings to their highest level since 2014; and foreign investors reduced their holdings in the Korean stock market at the fastest pace since August 2015. It is this ‘wall of worries’ which should keep the bull trend intact. In order to reverse our bullish interpretation, we need to see higher US inflation rates, the Fed signaling a significant increase in its pace of withdrawing monetary accommodation, or US real rates rising with the help of stronger data releases, notably higher capital expenditures. These seem unlikely without a calmer US political environment.
Para o JPMorgan:
  • Investors have already started putting hedges against equity downside risk.
  • The current put to call open interest ratio for S&P500 index options has been rising for most of this year. While this ratio had peaked in June and its current level is not extremely high, it nevertheless stands above its post 2014 average.
  • What is more extreme is the call to put open interest ratio for VIX options, which at almost 4.0, is close to historical highs.
  • The combination of these two observations implies that there is greater demand for hedging against equity tail risk or a volatility spike relative to hedging against a typical equity market correction.
  • It is not only institutional investors hedging. Retail investors have been also hedging.
  • As we argued in last week’s publication, the heavy buying of bond funds this year reflects, at least partly, the desire by retail investors to offset or hedge the rising AUM of their equity fund holdings.
  • Retail investors also hedge equity downside risk via VIX ETFs. Their VIX ETF buying accelerated over the past month as the VIX spot index declined to record low levels.
  • Our “Risky” i.e. EM and commodity currency indicator, entered overbought territory vs. “safe” currencies, i.e. Gold, JPY and CHF.
  • But our preferred trading rule has yet to mechanically turn short EM.
  • Our client conversations over the past few weeks have been dominated by the impending reduction of quantitative stimulus by the ECB and the Fed as the main risk markets are facing into the autumn. Our sense from these client conversations is that, as we approach September, the perceived likely timing of balance sheet shrinkage by the Fed and/or ECB tapering, investors have already started reducing their net exposure to risky markets via hedges in order to protect themselves against a repeat of the August 2015 correction. How consistent is this anecdotal evidence with our flow and position indicators?




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