Reflation still a good bet!
Na minha visão o destaque do dia ficou por conta dos dados econômicos na Europa. Além dos dados de PIB robustos, já comentados neste fórum mais cedo, os números de inflação de importantes economias da região, como a Alemanha, apresentaram surpresa positiva. Ainda é cedo para “cantar vitória” no tema inflacionário, mas o simples avanço dos indicadores de preço, mesmo que de forma gradual, mantém vivo o cenário de “Reflation”.
Nos EUA, O PIB do 2Q ficou levemente abaixo das expectativas, mas com um qualitativo bastante positivo. Os Estoques surpreenderam para baixo pelo segundo trimestre consecutivo, adicionando um risco altista para o 3Q. O Consumo ficou bem acima das expectativas, assim como os Investimentos vierem mais fortes. O Employment Cost Index (ECI) apresentou alta de 0,54% QoQ, contra expectativas de 0,60% QoQ.
Ainda não há sinais consistentes de pressões inflacionárias, mas os números de hoje em nada alteram o cenário traçado pelo Fed. Acho válido ressaltar que os mercados financeiros colocam hoje pouquíssimo prêmio para um cenário de aceleração, mesmo que gradual, da inflação, além de expectativas quase nulas em torno da reforma tributária/fiscal nos EUA. A curva de juros precifica cerca de 50% de chance de mais 1 alta de 25bps nos juros este ano e menos de 3 altas de 25bps até 2019. A posição técnica de dólar apresentou mais uma rodada de adição de posições vendidas na moeda americana nesta semana.
Continuo gostando de posições tomadas em algumas taxas de juros no G10. Estou sem visão direcional para o dólar no mundo, mas olhando alguns casos específicos.
No Brasil, o mercado de juros continua seguindo o roteiro que tracei aqui após o Copom, com steepening da curva e abertura de inflação implícita. Ainda vejo espaço para a continuidade destes movimentos, mas as assimetrias começam se reduzir. Continuo sem visão direcional “top down” no BRL e no Ibovespa.
No cenário econômico, vejo poucas mudanças. Ainda existe um grande esforço para que a meta fiscal seja atingida este ano. Tivemos alguns sinais um pouco menos favoráveis para a inflação de curto-prazo, mas nada que altere o longo-prazo para a política monetária.
Quanto aos números divulgados hoje, nossa área econômica comenta o seguinte:
>> A taxa de desemprego ficou abaixo da esperada (13% vs. BBG: 13,3%) e caiu 0,2pp após ajuste sazonal (para 12,9%). Após ajuste sazonal, a taxa de participação ficou estável. Dessa maneira, a boa notícia partiu do forte incremento da população ocupada (quase 400mil, no trimestre encerrado em junho). Entretanto, isso decorreu às custas do enfraquecimento do mercado formal vis-à-vis ao informal. Em termos fiscais, isso tende a ser uma má notícia. Salários reais seguem estáveis na margem. No ano/ano crescem 3% (boa parte por conta da desaceleração da inflação em 12 meses). A massa salarial segue relativamente forte, sugerindo retomada do consumo.
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