: Selic volta a um dígito. Espaço maior para cortes adicionais.

Na ausência de novidades relevantes no cenário, os ativos de risco operam próximos a estabilidade neste momento. Na agenda do dia, destaque para o Durable Goods Orders nos EUA. Vale a pena ficar de olho no Congresso Americano. A agenda legislativa começa a caminhar de maneira mais fluida, o que pode destravar a pauta para as negociações em torno de reformas econômicas, fiscais e tributárias ao longo do segundo semestre do ano.
No Brasil, como era amplamente esperado, o BCB cortou a Taxa Selix em 100bs. O comunicado após a reunião deverá ser lido como “dovish” pelo mercado. O BCB deixou em aberta a possibilidade de manutenção do ritmo de corte de juros em 100bps, pelo menos na próxima reunião do Copom. Olhando do cenário atual, com as previsões de inflação apontadas pelo Copom, existe espaço para o corte da Taxa Selic abaixo de 8% neste ciclo econômico, e com alguma antecipação dos cortes.
Espero que o mercado apresente um relevante fechamento de taxa na parte curta da curva, com um “Bull Steepening” da mesma, ou seja, um fechamento ao longo de toda a curva, mas com a parte curta/intermediária apresentando fechamento de taxa superior a parte longa da curva. Eu continuo mantendo recomendação para alocação na parte curta da curva, com a compra de inflação implícita na parte intermediária da curva, estratégia que venho mantendo já há bastante tempo e ainda me parece pertinente.
A Folha de São Paulo traz matéria de capa em que afirma que a base aliada do governo não vê a possibilidade de aprovação da Reforma da Previdência neste mandato. http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/07/1904664-aliados-de-temer-querem-que-reforma-da-previdencia-fique-para-2019.shtml. Acredito que a possibilidade de aprovação da Reforma, no atual cenário, seja remota. Contudo, acredito que existe um “plano B” dentro do Governo para avançar em alguns pontos importantes da agenda econômica, mesmo que na ausência de uma Reforma da Previdência ampla. Como o mercado tem mostrado, enquanto o cenário externo estiver tranquilo, e a o ambiente cíclico da economia local favorável (inflação baixa, juros em queda, estabilização do crescimento, contas externas saudáveis e etc), o mercado mostra disposição em “ignorar” este tipo de “risco de cauda”. O risco retornará a agenda quando estas condições anteriores eventualmente vierem a desaparecer. As reformas econômicas e, em especial, a Reforma da Previdência, é um evento fundamental e indispensável para o sustentabilidade do país no longo-prazo.




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