Ruídos Locais e Externos.
Os jornais deste sábado trazem alguns
ruídos locais e externos.
No Brasil, a reportagem de capa da Revista Época traz o que seriam as
provas da delação premiada da JBS. Vejam aqui: http://epoca.globo.com/politica/noticia/2017/07/provas-da-jbs-trecho.html.
Segundo a matéria, existem provas documentais, o qual a reportagem teria tido
acesso, que implicam inúmeros políticos, de diversos partidos. Muitos dos nomes
citadas ocupam posição de destaque no atual Governo e no Congresso. Em especial,
a matéria dá destaque ao que seriam repasses a um suposto “operador” do atual Presidente
Michel Temer.
Acredito que este seja mais um ruído
de curto-prazo. A primeira semana de agosto será decisiva para o Governo.
Segundo consta, na mídia e pelos analistas políticos, Temer tem maioria para
evitar que a denuncia contra ele tenha andamento. Contudo, é natural esperar
que o retorno do recesso parlamentar marque também o retorno dos ruídos
políticos.
Tenho a sensação que para os mercados
financeiros locais, diante dos avanços que estão sendo atingidos por está
equipe (não entrando aqui no mérito de acusações, alegações e eventuais atos
ilícitos), a manutenção do atual Governo, neste momento, será mais bem
percebida do que a eventual troca de comando do país. Reforço que está é uma
avaliação de reação dos mercados e ativos locais, e não uma avaliação jurídica.
Não estou aqui fazendo juízo de valor e/ou analisando acusações, apenas
tentando entender a reação dos mercados e ativos do Brasil diante das
incertezas políticas.
A Folha de São Paulo traz nova
matéria em torno das dificuldades do governo em atingir a meta fiscal deste
ano. Vejam aqui: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/07/1905398-pressionado-por-rombo-governo-ja-admite-elevar-meta-fiscal-deste-ano.shtml.
Acredito que, a despeito de ver com preocupação o quadro fiscal do país, o
mercado já assimilou relativamente bem esta questão. O mercado está vendo o
esforço que tem sido feito pela equipe econômica para atingir a meta, e o quão difícil
será promover novas altas de impostos e/ou cortes de despesas. Assim, por mais
que eu veja com extrema preocupação o quadro fiscal de longo-prazo, na ausência
de reformas, tendo a acreditar que, enquanto o cenário externo estiver
tranquilo, os ativos locais tendem a superar este tipo de notícia, exceto com
movimentos localizados, como steepening
da curva de juros e aumento das inflações implícitas.
No cenário externo, a Coreia do Norte
testou mais um míssivel balístico intercontinental (ICBM) na tarde de ontem.
Segundo reportagem da Bloomberg, o líder norte coreano afirma que já tem poder
de atingir todo o território norte americano após os últimos testes do país.
Os eventos na Coreia do Norte podem
ser vistos como “eventos de cauda”. É natural esperar alguma reação da
comunidade internacional, mas especialmente dos EUA, nos próximos dias. As
relações diplomáticas podem esquentar, especialmente entre EUA, Japão, Coréia
do Sul (os mais afetados pelos eventos) vs China e Coreia do Norte. Devemos
acompanhar os eventos atentamente. Sanções podem ser anunciadas, a diplomacia
tentará ser utilizada e, em último caso, em um evento extremo, o poderia
militar poderia ser utilizado.
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