Yellen, Reforma Trabalhista, China.

Os ativos de risco estão mostrando uma certa estabilização em relação as tendências recentes. Neste momento, observamos um fechamento de taxas de juros no mundo desenvolvido, as bolsas apresentam elevação na Europa e estabilidade nos EUA. O dólar opera praticamente estável, mas as commodities apresentam alta generalizada, lideradas pelo petróleo.
A agenda do dia terá o discurso de Yellen como destaque nos EUA. Espero que ela mantenha o tom dos discursos recentes do Fed e das Minutas do FOMC. Assim, devemos esperar a sinalização para uma redução do balanço da instituição, em breve, e para a continuidade de um processo gradual de alta de juros. Yellen deve mostrar certo otimismo com a retomada da economia, dizer que estão acompanhando de perto o arrefecimento recente da inflação, mas acreditam que fatores pontuais estejam segurando os preços no curto-prazo. Uma tendência de alta gradual dos índices de preço deverá ser retomada mais cedo ou mais tarde.
A Bloomberg reportou na noite de ontem que Gary Cohn deverá ser indicado para o cargo de Presidente do Fed pelo Presidente Americano. Cohn era um executivo de alta patente do banco Goldman Sachs. Seu perfil é um perfil executivo e de mercado, e não um perfil teórico e acadêmico, como nos últimos anos (talvez nas últimas décadas) foi favorecido em cargos de diretoria do Fed. A mudança de perfil seria bastante relevante, mas o mercado precisará de tempo para digerir esta notícia.
No Brasil, a Reforma Trabalhista foi aprovada. A vitória do governo era esperada, mas o placar da decisão foi mais elástico, mais favorável ao governo do que se previa anteriormente. A decisão do senado era de certa forma esperada. O placar ainda mostra um certo controle do governo e do PMDB em assuntos chave para a economia. Contudo, vale lembrar que a Reforma Trabalhista sempre foi vista como um tema de aprovação mais fácil, especialmente no Senado, em que os interesses empresariais tem um poder de articulação maior. Em suma, Temer e Cia conseguem uma vitória importante, porém esperada. Temer deverá conseguir respirar um pouco no curto-prazo, mas sua situação deverá continuar delicada.
Na China, os números de agregados monetários ficaram levemente acima das expectativas, mas nos níveis mais baixos deste ciclo econômico. Os números mostram que o governo continua em um processo de aperto das condições monetárias, visando administrar o risco de bolhas em setores específicos. Contudo, este processo deverá ser bastante gradual, na tentativa de evitar “paradas súbitas” da economia.

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